Quanto maior a expectativa, maior a cobrança – e, eventualmente, a frustração é proporcional. O empresário de TV Douglas Tavolaro acordou após a noite de estreia de seu novo canal com críticas e cobranças.
Divulgada primeiramente como CNBC Brasil e depois Times Brasil CNBC, a emissora se anuncia na tela como Times Brasil e, no canto oposto, a logomarca da CNBC com a mensagem ‘Exclusive Licensee’. Em outros momentos, Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC, tudo junto.
Essa confusão com o nome gera ruído desnecessário e potencialmente danoso à credibilidade do projeto. Transmite a impressão de que se escondeu a marca principal, criada recentemente no Brasil por Tavolaro, para se apoiar apenas na fama da emissora norte-americana.
Suscita a dúvida se existe a intenção de, em algum momento, abandonar a ‘grife’ CNBC – que certamente cobra royalties de alguns milhões de reais por ano – para seguir apenas como Times Brasil. A direção da nova emissora precisa fazer esclarecimentos.
O outro motivo de reclamações tem a ver com questões técnicas. Desde instabilidade no site oficial e transmissão inacessível no YouTube e em algumas operadoras de TV, até a baixa qualidade de iluminação e áudio no estúdio.
Os prints que ilustram este post mostram uma imagem realmente ruim, especialmente textura estranha (lembra transmissão antiga de internet) e o fundo mal iluminado, deixando a redação no breu. Não parece seguir o padrão tecnológico dos principais canais de sinal aberto e da TV paga.
Colocar uma emissora do ar, do zero, é um trabalho colossal. Impossível tudo ficar perfeito logo na estreia. Uma dose de compreensão se faz necessária, porém, no caso da Times Brasil CNBC, a precariedade assustou, decepcionou e irritou.
Em entrevista a Daniel Casto do ‘Notícias da TV’, Douglas Tavolaro, ex-sócio da CNN Brasil, disse que seu novo canal já começa com “24 patrocinadores”. Difícil acreditar que a avaliação inicial da maioria deles tenha sido positiva após o que se viu. Já sob pressão, a Times Brasil CNBC precisa mostrar rapidamente a que veio.
O espaço da coluna está aberto para a emissora se manifestar.