No início de ‘Pantanal’, surgiram manchetes a respeito de atores incomodados com Osmar Prado nos bastidores. Ele foi chamado de “autoritário” e acusado de “humilhar novatos”. “Por que os que falam isso de mim não mostram a cara?”, reagiu o veterano.
Não é a primeira vez que o premiado artista vira protagonista de uma polêmica na Globo. Em 1993, quando fazia o encantador Tião Galinha em ‘Renascer’, viveu um sério desentendimento atrás das câmeras.
“Tive um embate com um executivo do canal e pedi para sair, para anteciparem a morte do Tião”, contou à revista ‘Caras’ em 2015. Seu personagem estava no auge da popularidade.
O autor Benedito Ruy Barbosa, o mesmo de ‘Pantanal’, decidiu que o matuto que tinha um cramulhão (um diabo criado numa garrafa), assim como o peão Trindade (Gabriel Sater), iria se matar após ser preso.
Osmar Prado estranhou a escolha do desfecho. Na sua visão, um personagem com tanta força não cometeria suicídio “por nada”. Então fez um pedido ao diretor Luiz Fernando Carvalho.
“Disse que queria uma bofetada na minha cara”, lembra. Assim foi feito na gravação. A agressão a um homem que prezava sua honra gerou nele tamanha humilhação que preferiu tirar a própria vida. Tião Galinha se enforcou na cela. O Brasil chorou de emoção.
Após deixar ‘Renascer’, Osmar Prado demorou 5 anos para fazer outra novela no canal. Neste tempo, fez apenas participações e trabalhou na teledramaturgia do SBT.
Às vésperas de completar 75 anos, o ator acumula tipos bem-sucedidos na TV. Entre eles, o cômico Tabaco de ‘Roda de Fogo’ (1986), o místico Sérgio Cabeleira de ‘Pedra sobre Pedra’ (1992) e o vilão Coronel Epaminondas de ‘Meu Pedacinho de Chão’ (2014).