A notícia de que a Globo vendeu o terreno e os prédios de sua sede em São Paulo causou surpresa geral e alimentou o boato de que a emissora está em situação financeira desesperadora.
Na verdade, o risco de falência é zero. A negociação com um fundo de investimentos, no valor de R$ 522 milhões, é mais uma etapa da reestruturação do canal.
A TV continuará a funcionar no mesmo espaço, no Brooklin, zona sul da capital paulista, pagando ao novo dono um aluguel mensal de R$ 3 milhões. O acordo é válido por 15 anos, renovável por mais 15.
Esse meio bilhão que entra na conta do Grupo Globo fará a diferença no balanço de 2021. No ano passado, apesar de ter tido receitas de R$ 12,5 bilhões, a empresa teve lucro baixo, R$ 167,8 milhões.
As demissões, a não renovação de contratos, a renegociação de dívidas e a redução de despesas fixas devem fazer a Globo entrar em 2022 com mais capital financeiro.
No último balanço, a holding da família Marinho tinha em caixa R$ 12,5 bilhões, quantia mais do que suficiente para garantir sua credibilidade junto a credores e garantir as operações e os investimentos nos próximos anos.