Há quem deixe de viver a própria vida para acompanhar a existência de celebridades nas redes sociais. E estes não são poucos. Talvez seja escapismo da realidade, antídoto contra a frustração ou mera bisbilhotice.
“A vida alheia nos parece sempre mais fácil porque não é vivida por nós”, opinou a escritora belga Marguerite Yourcenar.
Muita gente se incomoda com a ‘felicidade instagrâmica’ dos famosos e dispara comentários sarcásticos a fim de desmerecer o ídolo. Uma estratégia para despertar a ira dos seguidores que são realmente fãs e, com sorte, conseguir 15 segundos de fama pegando carona no sucesso alheio.
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Alvo frequente desse tipo de ataque virtual, Bruna Marquezine foi contundente ao responder a uma mexeriqueira.
“A nossa geração precisa entender de uma vez por todas que o que é exposto nas redes sociais não é nem um terço do que realmente acontece nas nossas vidas e que like não é afeto. Instagram não é vida real. Vocês estão deixando a vida de vocês de lado pra acompanhar uma parcela minúscula das vidas de outras pessoas. Parem com isso e vão viver a juventude de vocês.”
Aos 23 anos, a atriz demonstra maturidade emocional para enfrentar um comportamento intrínseco à vida contemporânea: o ‘stalking’.
Gasta-se precioso tempo para fiscalizar, julgar e condenar a vida do outro, a partir de postagens no Instagram, Facebook e Twitter.
Alguns vão além: desenvolvem obsessão e promovem terrorismo digital, o ‘cyberbullying’, por meio de ameaças, chantagens, invasão de contas e divulgação de imagens íntimas.
Quanto mais famosa e aparentemente feliz for a pessoa, maior a chance de ser a próxima vítima. É um preço alto que se paga pela popularidade num tempo no qual quase ninguém quer ser completamente anônimo.
“Instagram não é vida real”, afirmou Marquezine. Eis um problema pós-moderno: para milhões de pessoas, essa vida ‘fake’ é a única que vale a pena ser vivida.
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