A cada 100 produtos da lista de compras, cerca de 11 itens estão em falta nas prateleiras dos supermercados no País, segundo levantamento da NeoGrid/Nielsen.
O índice de rupturas (falta de produtos) no setor de alimentos chegou a 11,62% em março, 10,92% em higiene e beleza, 9,71% em bebidas e 8,94% em limpeza.
Apesar da falta de produtos, o Brasil ainda está longe de virar uma Venezuela. “O Brasil está longe de uma crise de abastecimento, mas por causa da crise econômica já não há à disposição do brasileiro tantas marcas ou tão variados sabores de determinado alimento ou item de higiene e limpeza”, afirma o diretor de relacionamento do varejo da NeoGrid, Robson Munhoz, em nota.
Crise
Munhoz, explica que, com a crise, o setor supermercadista tem receio de comprar alguns produtos e não vender, uma vez que o poder aquisitivo do brasileiro está diminuindo. Outra possível razão é o fato de a indústria estar mais pessimista que o varejo.
“O varejo está vendendo dentro do ritmo esperado, mas já percebeu que a indústria começa a ter dificuldades de entrega em alguns itens, principalmente no que diz respeito aos não-alimentos, como higiene e beleza e limpeza”, afirma Munhoz.
Além disso, o setor industrial teve vários aumentos de impostos e energia nos últimos meses. “Consequentemente, a indústria teve que repassar parte desses reajustes para os produtos. O varejo, para tentar evitar menores reajustes de preço para seus clientes, leva mais tempo para negociar mercadorias e, por isso, alguns itens e marcas acabam faltando por mais tempo nas prateleiras”, explica.
O levantamento foi feito em mais de 10 mil lojas de supermercados em todo o país.