A maioria da população (64%) precisou cortar gastos desde o início do ano, em 2022, para tentar sair ou não entrar no negativo, e um em cada cinco brasileiros pegou algum empréstimo ou contraiu dívidas nos últimos doze meses, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Entre quem reduziu o consumo, 61% demonstram otimismo e dizem ser uma situação temporária. Apesar do otimismo, apenas 14% dos brasileiros pretendem aumentar os gastos até o fim do ano.
Quando questionados sobre algumas situações específicas neste ano sobre o orçamento pessoal, 34% dos entrevistados informam que já atrasaram contas de luz ou água, 19% deixaram de pagar o plano de saúde e 16% tiveram de vender algum bem para quitar dívidas.
Comer menos fora de casa
Além da redução de despesas com lazer e itens de uso pessoal, como roupas e calçados, o orçamento apertado também trouxe mudanças no dia a dia do brasileiro, como parar de comer fora de casa (45%), diminuir gastos com transporte público (43%) e deixar de comprar alguns alimentos (40%).
“O estudo mostra os efeitos da situação econômica do país nos hábitos da população. O aumento de preços de produtos como gás de cozinha, alimentos e combustível impacta diretamente no orçamento das famílias e isso reflete na redução do consumo de uma forma mais ampla”, destaca o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
O estudo mostrou ainda que para um em cada quatro brasileiros falta dinheiro para pagar todas as contas e sobram dívidas. Com o comprometimento do orçamento com o consumo básico, 69% da população não consegue guardar dinheiro.