Estudos recentes realizados por instituições como o Grupo Globo e o IBGE, revelam que, atualmente, mais de 48% dos lares brasileiros têm mulheres como chefes de família. Ou seja, como as principais responsáveis pelo sustento da casa e dos filhos.
O número representa quase o dobro do percentual levantado em 1995 ― que era de 25% ― e tende a aumentar ainda mais quando olhamos para os 20,65 milhões de lares de baixa renda no país, dos quais 81,6% são chefiados por mulheres.
Embora se posicionem cada vez mais na ponta da mesa das famílias brasileiras, são também as mulheres que enfrentam o maior índice de desemprego no país (14,9% contra 12% dos homens), recebem os menores salários (20% menores em média do que os homens) e ainda lidam com até três vezes mais casos de assédio moral e sexual no trabalho, conforme indica o levantamento da Mindsight.
Elas não aceitam a situação passivamente
Essa situação, no entanto, não é aceita de forma passiva e tem sido enfrentada todos os dias em meio a uma busca constante por equidade, que tem feito a diferença.
Sheila Marin, filiada ao Cartão de Todos que estrela a campanha comemorativa Empoderadas, passa na pele o que é ser uma mulher de baixa renda no mercado de trabalho brasileiro. E ela mostra que a luta tem mostrado resultados.
“Apesar de tudo, vejo que, hoje, nós mulheres temos orgulho em ser mulher. Temos orgulho de falar sim ou não, e ser o que quiser, na hora que quiser, onde quiser e no lugar que quiser. Antes a gente não tinha isso. Hoje, mostramos muito mais a força que antes era oprimida”, diz Sheila. “Onde eu quiser e onde eu puder, eu vou ser empoderada, forte, guerreira, que cuida de todos, trabalha e vai à luta.”
Assim como Sheila, outras 39 milhões de mulheres brasileiras lutam para conquistar e consolidar seu espaço no mercado de trabalho nacional.
“Para mim, é maravilhoso o que o empoderamento feminino tem nos proporcionado: a liberdade de escolher o nosso próprio meio de trabalho e a nossa autonomia”, revela Danielle Petruz, filiada ao Cartão de Todos que também participa da campanha Empoderadas.
Cenário um pouco mais otimista para as mulheres
Em meio a obstáculos e conquistas, o Dia das Mulheres chega em 2023 com um cenário otimista de queda no desemprego nacional (que deve sair de 13% e chegar a 9% até o fim do ano) e redução no número de casos de violência contra a mulher nos últimos anos (diminuição de 2% em 2021, segundo o Fórum de Segurança).
Para Claudia Louzada, assistente social e filiada ao Cartão de Todos que complementa a tríade de estrelas da campanha comemorativa, a luta por empoderamento e pela conquista de um lugar de fala e ação também está presente quando o assunto é desenvolvimento social.
“Além de mulher, eu sou mãe, avó e esposa. Como mulher, eu luto pelo meu direito; como mãe, eu sou pior que uma onça; como avó, não olhe para o meu neto; como esposa, eu tento dar o carinho; e como cidadã e assistente social, eu tento mudar para melhor o local onde eu moro. É difícil, mas o nosso pedacinho na conjuntura, a gente sempre consegue fazer”, aponta Louzada.
A Arcos Dorados, franquia que opera a rede McDonald’s em 20 países da América Latina e Caribe, corrobora com esse otimismo e também incentiva o crescimento das mulheres no mercado de trabalho. No ano passado, 63% das promoções foram conquistadas pelo público feminino, sendo 40% de mulheres negras. Considerando escritório e restaurantes, a companhia tem majoritariamente mulheres em cargos de liderança. Esse percentual é de 51% contra 38% da média do mercado.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da COMPASSO, agência de conteúdo e conexão.