A nova economia é feminina, ou pelo menos deveria ser, já que as mulheres representam grande parte da força de trabalho no mundo e estão ocupando setores que antes eram exclusivos dos homens. Entretanto, a desigualdade de gênero ainda é uma realidade no ambiente corporativo.
Segundo pesquisa de 2020, da Bloomberg Economics, se as oportunidades de trabalho e educação disponíveis para as mulheres se equiparassem com as dos homens, isso resultaria em um acréscimo aproximado de 20 trilhões de dólares ao PIB global até 2050. A questão de igualdade de gênero deve ser encarada como um desafio para todos: sociedade, lideranças corporativas e gestores públicos.
Veja cinco estratégias para tornar o futuro melhor para as mulheres.
- 1. Incentivar a participação feminina no ambiente corporativo e principalmente em cargos de liderança
É necessário que as empresas tenham um olhar atento sobre a participação feminina. Os gestores e CEOs podem dar preferência para contratar mulheres para os postos de trabalho, principalmente, em cargos de liderança. Isso porque ter mulheres nos times profissionais é mais do que uma questão de garantir igualdade de gênero, é vantajoso economicamente para as corporações.
Segundo uma pesquisa recente da McKinsey, que entrevistou mais de mil empresas em 12 países, empresas com maior diversidade de gênero têm 21% a mais de chance de alcançar resultados acima da média do que empresas com menos diversidade
- 2. Lutar por políticas públicas que defendam os direitos das mulheres
Entender que o problema da equidade de gênero é uma questão de todos nós como sociedade é o primeiro passo para lutar por um mundo mais justo, pois quando existem barreiras à educação e ao emprego das mulheres, todos pagam a conta.
É necessário que as empresas apoiem políticas públicas que assegurem verdadeiramente os direitos das mulheres, já que as grandes companhias têm bastante influência entre os legisladores do país.
- 3. Possibilitar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal
As empresas já descobriram que na equação do crescimento econômico, o capital humano é um fator essencial. As mulheres são parte importante dessa fatia e é imprescindível tornar o ambiente mais saudável para que elas permaneçam no mercado de trabalho sem precisar sacrificar a vida pessoal.
Assim, as empresas precisam pensar em políticas como jornadas flexíveis de trabalho, benefícios exclusivos para mães e cuidadoras, licença maternidade adequada, e ações que envolvam a pauta da parentalidade, dentre outras.
- 4. Garantir equidade de cargos e salários
De nada adianta contratar mulheres ou colocá-las em cargos de liderança se os salários forem inferiores ao dos homens ocupando a mesma função. A empresa deve manter uma equidade de cargos e salários e adotar política de transferência de rendimentos, na qual os colaboradores têm acesso aos salários estipulados para os seus cargos, independente de gênero.
- 5. Gestão humanizada é o futuro e as mulheres estão à frente da mudança
As mulheres não estão apenas participando da mudança no mercado de trabalho, elas são a mudança. O mundo corporativo como conhecemos, pautado por valores como competição, hierarquia, ego e individualismo está dando lugar a uma nova era, uma economia com as mulheres também no poder.
Os novos valores praticados no ambiente de trabalho são entendidos como socialmente mais femininos e são implementados por, não somente lideranças de mulheres, como também diversas, como a colaboração, empatia, cuidado e um olhar para as questões de sustentabilidade ambiental e saúde mental.
(*) Carolina Gilberti é CEO da Mubius WomenTech Ventures, a primeira WomenTech do Brasil.