A decisão de mudar de emprego não é fácil e nem existe uma receita para tornar esse processo menos traumático. Mas se você sente que esse é o momento para a mudança, não adianta ficar adiando isso indefinidamente. No entanto, existem muitos pontos que precisam ser considerados.
De acordo com o relatório Protegendo o Futuro do Trabalho realizado em 2021 pela Kaspersky com mais de oito mil profissionais em 18 países, 53% deles no Brasil pretendem trocar de emprego. Entre as motivações mais relevantes estão o equilíbrio e as oportunidades de obter melhores salários.
“Hoje em dia somente o salário não é mais um atrativo que faz com que um executivo troque de cadeira. É preciso atender a um checklist bem mais complexo, pois o dinheiro não é o único fator que traz felicidade para eles”, diz Danylo Hayakawa, sócio da Exec, consultoria especializada em Executive Search. “A pandemia mudou a forma como as pessoas pensam em suas carreiras e mudanças de posições. Elas querem se dedicar, se envolver em projetos interessantes, mas também querem ter tempo para si e para a família.”
Hayakawa detalha cinco critérios que devem ser levados em conta na hora de pensar nessa troca.
1. Cultura e valores da empresa
Segundo o especialista, é preciso fazer um verdadeiro “mergulho” na companhia, entendendo seu histórico, sua atuação, seus objetivos e sua forma de trabalho para ver se há uma identificação com a sua forma de pensar.
“Essa análise envolve entender a filosofia da companhia, como é o seu ambiente de trabalho, o perfil das pessoas com quem irá trabalhar, o formato de trabalho ― presencial, home office ou híbrido. A chance de gostar do trabalho e crescer na empresa é maior se o executivo estiver alinhado com esses quesitos”, diz o especialista.
2. Motivação
Remuneração? Equilíbrio de trabalho? Localização? Possibilidade de crescimento ao longo da sua atuação na nova companhia? Projetos nos quais será envolvido?
“A vontade de sair do desafio atual não deve ser maior do que onde ele irá entrar. O risco desse novo caminho não ser promissor é grande”, destaca ele.
3. Projetos e perspectivas de médio e longo prazo
“Em relação à empresa tem que ser levado em conta aspectos como o setor em que ela atua e o cenário atual. Já em relação à cadeira, quais são os principais desafios que essa nova posição profissional oferece, seja sob o ponto de vista de envolvimento em projetos que contribuam para o crescimento de ambos, tanto da empresa quanto do executivo, liberdade de atuação nessas iniciativas, envolvimento com outras áreas, entre outros”, diz Hayakawa.
4. O que vai agregar para a sua carreira
A remuneração salarial deixou há muito tempo de ser o principal fator motivador de uma troca de posição profissional por parte dos executivos, segundo o especialista. Nesse sentido, de acordo com ele, é preciso entender o que está envolvido nesse novo caminho para o profissional, como novos aprendizados, atuação em novos setores e escopo de trabalho, entre outros.
5. Propósito
Segundo pesquisa feita pela Harvard Business Review e o EY Beacon Institute, a maioria foi enfática: o propósito da empresa é relevante. O especialista da Exec aponta que é preciso avaliar como se você se alinha com essa premissa.
“O propósito traduz o que a empresa representa em termos éticos, emocionais e práticos. Ele permite a ela criar sua cultura e definir como quer se posicionar, ou seja, criar sua verdadeira marca. Se não houver essa identificação, você acaba desistindo no meio do caminho”.