Em março de 2022, o endividamnto da população brasileira bateu a marca de 77,5%. Foi um aumento de 10,3 pontos em relação ao mesmo período do ano anterior,s egundo Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
O fato é que o protocolo do “Fiquei em Casa” também deu um nó na economia e o número de famílias que declararam que não conseguem pagar suas dívidas ou contas em atraso aumentou para 10,8%. De acordo com a última edição do Índice FinanZero de Empréstimo (IFE), realizado em maio deste ano, 46% dos entrevistados têm a intenção de solicitar empréstimo para os próximos meses, porcentagem que atingiu o maior patamar dos últimos 11 meses.
Diante desse cenário, é preciso saber negociar sua dívida. Consultamos a especialista Ana Paula Pisaneschi, CEO e fundadora do Uffa, plataforma que auxilia pessoas a resolverem seus problemas financeiros, para dar as principais dicas para escapar das ciladas na hora de renegociar suas dívidas.
1. Tenha todas suas dívidas anotadas e saiba os valores reais
“O primeiro passo para buscar a renegociação é saber o tamanho da sua dívida. Tendo a noção do valor inicial do saldo devedor, os juros e encargos que estão correndo sobre ele, é possível garantir que a proposta seja realmente vantajosa para a sua renegociação”, diz Ana Paula.
2. Analise o quanto você pode pagar na renegociação
Ao buscar por um acordo é importante ter em mente o valor que você irá conseguir arcar mensalmente ou à vista, uma vez que o não cumprimento do acordo pode trazer sérias consequências.
“Quando ocorre a quebra de acordo, o seu CNPJ volta aos registros de inadimplência e a concessão de crédito é bloqueada novamente, além disso, o credor poderá cancelar o acordo fechado e retornar ao contrato antigo, o que, na maioria das vezes, significa taxas de juros ainda mais altas”, alerta ela.
3. Procure diminuir as parcelas
Ao adotar prazos mais longos, as taxas de juros também aumentam e o montante final de uma dívida pode dobrar, podendo até ultrapassar o seu valor inicial.
“Em alguns casos, pode ser interessante adiar a negociação em alguns meses para juntar o valor à vista e, assim, pagar a menor taxa de juros possível. No geral, é interessante balancear o que é mais vantajoso, uma vez que não vale a pena pagar menos por mês e gastar mais no final das parcelas”, diz a especialista.
4. Priorize as maiores dívidas
“Apesar da ideia de quitar aos poucos as dívidas pequenas enquanto não é possível pagar as maiores dá a impressão de se livrar das dívidas, porém, quitar um débito de menor valor e deixar os juros correndo sobre os de valores maiores é uma péssima estratégia”, conta Ana Paula. “Dê sempre prioridade para as maiores, afinal são elas que cobram as maiores taxas de juros e encargos, como pendências bancárias e cartões de créditos.”
5. Leia todo o contrato
“Outro fator essencial na hora de renegociar a dívida é conferir os termos apresentados no contrato. Nessa etapa, é preciso se atentar às datas de pagamento, as multas e taxas que serão aplicadas em caso de atrasos, conferir se as condições de pagamento estão de acordo com o combinado anteriormente. Além disso, é importante confirmar se não está sendo acrescentado nenhum outro serviço ao seu contrato, como linhas de crédito, empréstimos”, finaliza ela.