A tecnologia tem transformado profundamente o modo como os jovens investidores brasileiros se informam e tomam decisões no mercado financeiro. Segundo uma pesquisa recente da Rico, 52% dos jovens de 24 a 35 anos buscam informações sobre investimentos principalmente nas redes sociais, onde o boom dos influenciadores digitais especializados em finanças tem desempenhado um papel central.
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O analista financeiro Leandro Gomes, de 28 anos, conta que apesar de trabalhar com investimentos e ser formado em Ciências Contábeis, só começou a investir há pouco mais de um ano, motivado por influenciadores de educação financeira, e hoje considera seu nível de conhecimento no assunto avançado.
Já a assessora de imprensa Luana Lopes, de 27 anos, afirma que para se informar sobre investimentos ela baixa e lê e-books disponibilizados por plataformas e gestoras de investimentos, acompanha análises e entrevistas no noticiário e também assiste a vídeos no YouTube de influenciadores que falam sobre investimentos.
Além das redes, 44% dos entrevistados apontaram que cursos sobre investimentos continuam sendo uma fonte de informação relevante, seguidos de 41% que confiam em informações indicadas pelos bancos. Isso revela um cenário onde a tecnologia e o digital caminham lado a lado com fontes mais tradicionais de aprendizado.
Decisões guiadas pela confiança das instituições
Embora o acesso à informação digital seja amplo, a pesquisa também revelou que, na hora de decidir em quais ativos investir, as recomendações das próprias instituições financeiras continuam sendo a maior influência.
“As redes sociais se tornaram o ponto de partida para muitos jovens que estão começando suas jornadas de educação financeira, um comportamento muito natural para as gerações que já nasceram no digital. No entanto, na hora de tomar decisões importantes, a credibilidade das instituições ainda têm seu peso”, afirma Antônio Sanches, analista da Rico.
Hierarquia clara na tomada de decisões
As recomendações das instituições financeiras se destacam como a principal influência, seguidas pelas indicações de assessores financeiros, que também são fontes importantes de orientação. A opinião do cônjuge aparece logo depois, evidenciando que as decisões financeiras são frequentemente tomadas em conjunto dentro de relações pessoais. O gerente do banco também é citado, mas com menor relevância em comparação às outras fontes.
Luana, por exemplo, mora com seu namorado e afirma que desde que resolveram dividir um apartamento, as decisões financeiras e a organização do orçamento passou a ser feito em conjunto.
“Temos uma planilha bem organizada onde colocamos todas as despesas e investimentos. Todos os meses separamos um momento para discutir e tomar decisões sobre as finanças e investimentos. A gente analisa os preços, avalia o que é possível ser feito e busca evitar ficar com a corda no pescoço. Essa parceria é muito importante, porque temos um objetivo em comum, e dessa forma a gente se ajuda a lembrar das nossas metas financeiras”, afirma.
Sanches observa: “Quando chega a hora de fazer uma escolha financeira de maior impacto, a maioria prefere seguir as recomendações de organizações com as quais já têm uma relação estabelecida, como bancos e corretoras. Isso mostra que, mesmo na era digital, o toque a credibilidade de instituições reconhecidas ainda é um fator determinante”.