Na era em que o mercado de trabalho exige múltiplas soluções, conciliar profissionais de diferentes idades é fundamental para o sucesso do negócio. Enquanto os jovens agregam inovação e facilidade com tecnologias, os experientes trazem bagagem de relacionamento humano e jogo de cintura para lidar com crises.
Se esta parceria já seria produtiva apenas na convivência em período comercial, imagine só quando a conexão transcende para a instituição familiar.
Em comemoração ao Dia dos Pais, conheça sete histórias de pais e filhos que empreendem juntos e fortalecem a relação diariamente.
Áreas distintas, objetivo comum
Edson Ramuth, CEO da Emagrecentro, e suas filhas Sylvia e Illana Ramuth, são um exemplo de que trabalhar em família, pode dar certo. Sylvia, que atua na área médica há 5 anos e Illana responsável pelas demandas administrativas e jurídicas da rede há 10 anos, escolheram trabalhar com seu pai de forma espontânea.
Mesmo em áreas distintas, a interação entre eles acontece praticamente o dia todo.
“É maravilhosa essa experiência e deixou até mais leve o dia a dia. Acredito que houve uma união maior entre nós, trabalhando juntos em um único objetivo”, comentou Edson.
Para quem deseja começar um negócio familiar, ele reforça que é importante que "os filhos se identifiquem com o negócio e que a adesão seja uma escolha deles".
Apostando no próprio negócio
Em julho de 2022, após 6 anos trabalhando em uma seguradora multinacional, Leandro Nunes Moreira, 37 anos, decidiu se desligar da empresa para realizar um sonho antigo: empreender e ter o próprio negócio.
De cara, encontrou apoio especial no pai, Maurício Gonçalves Moreira, 68 anos, que desde a primeira retirada de mercadorias no centro de distribuição do Market4u, esteve presente na jornada de empreendedorismo do filho que, em agosto de 2022, iniciou contrato com a franqueadora, responsabilizando-se por quatro PDXs.
“Meu pai começou a me ajudar desde o primeiro momento e ter ele ao meu lado foi primordial para eu entender o processo, desenvolver as unidades, atender bem os condomínios e chegar onde estou hoje”, comenta Leandro.
Atualmente, pai e filho possuem 6 unidades do Market4u na zona norte de São Paulo e contam com um colaborador para o abastecimento dos PDXs enquanto supervisionam a parte de qualidade das lojas.
“Empreender em parceria com o meu pai trouxe diversos benefícios, não apenas para a operação do negócio, como também para a nossa relação pessoal, já que nos proporcionou muita proximidade”, conta.
Hoje, pai e filho faturam, em média, R$ 60 mil reais e estão analisando a possibilidade de abrir mais unidades.
Preparando o filho para o negócio
Fundada no Paraná há mais de 30 anos, a Anjos Colchões & Sofás conta com mais de 280 lojas comercializadas e está presente em 21 estados brasileiros e cinco unidades no Paraguai. O negócio familiar foi impulsionado pelo empenho de Claudinei dos Anjos, presidente da rede, que preparou seu filho, Leonardo dos Anjos, diretor de franquias.
“Preparar meu filho para trabalhar na empresa foi uma jornada gratificante e significativa. Desde cedo, sempre tivemos o objetivo de transmitir valores essenciais. Enfatizamos a importância de agir com ética, transparência e honestidade em todos os aspectos dos negócios. Investimos tempo em fornecer ao nosso filho um amplo entendimento do negócio de colchões, desde a fabricação até o atendimento ao cliente”, diz Claudinei.
Para chegar ao cargo de diretor de franquias, Leonardo foi exposto a diferentes áreas da empresa, para desenvolver uma visão abrangente e estratégica: “Essa dinâmica familiar no ambiente de trabalho trouxe benefícios intensos e estreitou ainda mais os laços entre nós. Conhecendo-o tão bem, sabemos como apoiar um ao outro e enfrentar desafios de maneira clara”, disse o presidente da Anjos.
Leonardo trabalha com o pai desde os 17 anos, após concluir os estudos, e fala sobre as lições tiradas durante esse tempo: “aprendi a lidar com diferentes personalidades, a trabalhar em equipe e enfrentar desafios de forma colaborativa. No início, equilibrar as responsabilidades do trabalho e as expectativas familiares, não foi fácil, mas meu pai sempre enfatizou a honestidade em todas as transações e relacionamentos e isso me motivou e ainda me motiva”, disse o diretor de franquias.
Quebrando as barreiras do comodismo
A Ad Clinic é uma rede de franquias de clínicas de estética fundada em 2014, na região Sul do Brasil. Antes de virar franquia e fazer sucesso pelo país, Rodrigo Nunes e Aline Médice passaram por muitas dificuldades para levantar o negócio.
Casados e com um bebê de colo, os dois estavam passando por dificuldades financeiras. Pai de um menino de 10 anos e de uma menina de 5, Rodrigo conta que desde muito cedo começou a passar os valores da empresa e noções de empreendedorismo para as crianças.
“Temos dois filhos maravilhosos e foram eles que nos motivaram a quebrarmos as barreiras do comodismo e buscarmos sempre o melhor para nossa família. Desde cedo, sempre procurei ensiná-los a darem o seu melhor em tudo o que fazem, incentivamos a conquistar suas próprias coisas e a buscar o melhor resultado, seja na escola ou nas escolhas do dia a dia”, diz o CEO da marca.
O filho mais velho já começou a dar sinais de empreendedorismo, através de um leilão no condomínio e da venda das coisas que não usa mais para levantar dinheiro.
“É realmente inspirador ver como eles colocam em prática esses valores. Meus filhos têm sido uma presença constante ao meu lado no trabalho. Desde já eu trabalho a mente deles para assumir a empresa, sempre falo que vão trabalhar em cada setor por pelo menos seis meses para entender todos os processos do negócio, e que essa jornada começa aos 14 anos. Meu filho sempre pergunta quando ele vai poder ajudar o pai nos negócios, isso me inspira muito, me mostra que estamos no caminho certo e que a paixão pelos negócios pode ser compartilhada de pai para filho”, explica Rodrigo.
Um infarto no meio do caminho
No final de 2021, Pedro Miranda Siqueira, de 37 anos, decidiu empreender paralelamente à carreira de bancário. Em fevereiro do ano seguinte, inaugurou uma unidade da Minha Quitandinha, rede de minimercado autônomo que opera em condomínios residenciais e comerciais, na capital paulista.
O estado de felicidade em ter o primeiro negócio foi tomado por um sentimento de medo e angústia três meses depois da inauguração: o pai, Rogério Siqueira, de 61 anos, sofreu um infarto, passou por uma cirurgia e ficou 45 dias hospitalizado. No entanto, o incidente que poderia ter desestabilizado a família foi o que impulsionou Pedro a apoiar o pai a sair do trabalho antigo e empreender juntamente a ele.
“Surgiu a oportunidade de ter uma nova loja e incentivei meu pai a investir para gerenciarmos juntos as duas unidades. Foi a maneira de trazer ele para mais perto depois do susto que passamos”, conta Pedro.
Hoje, o pai é o “head” do negócio, toca a segunda unidade sozinho e ajuda o filho a operacionalizar a primeira. “Ele é um exemplo de gestão, organização e sinto muito orgulho do que estamos construindo”, celebra e adianta que em breve pretende abrir novas unidades da franquia.
Flexibilidade de horário
Após ser desligado da empresa que trabalhava, em 2021, Washington José Barbosa, de 33 anos, resolveu buscar oportunidades empreendedoras que pudessem proporcionar mais tempo com a família, principalmente ao lado do seu filho, Arthur Silva Lopes, de apenas 5 anos.
Dessa forma, há 2 anos, resolveu investir na Mr. Fit, rede pioneira em fast-food de alimentação saudável, em um formato home-based, no qual é possível trabalhar dentro da própria casa, localizada na cidade de Suzano (SP).
“A escolha pela franquia me ajudou a acompanhar ainda mais a rotina diária com meu filho, com flexibilidade de horário, além de proporcionar uma renda para suprir as necessidades familiares”, conta o franqueado.
Pai e filha na rota do sushi
Desde 2021, Marcelo Santos, de 53 anos, empreende ao lado da filha, Juliana Santos, de 26 anos, em uma unidade da Home Sushi Home, rede de delivery especializada em comida asiática e oriental, em São Luís (MA).
A história de pai e filha nos negócios começou logo após ela iniciar a graduação em administração, em 2015, o que possibilitou que ela auxiliasse nos negócios da família.
“A jornada empreendedora possui seus altos e baixos. Compartilhar esses momentos com meu pai me ensinou a ser resiliente, perseverar e não desistir facilmente, mesmo quando as coisas ficam difíceis”, conta Juliana, que ainda reforça que a experiência fortaleceu os laços entre eles e tornou cada vitória mais significativa.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.