Como toda boa novidade do mercado, a Inteligência Artificial está sendo incorporada no mundo corporativo, sugerindo novas perspectivas para trabalhos bem humanos com o intuito de agilizar processos e substituir funções. Porém, acredito que nem tudo deve ser considerado, pelo menos por enquanto.
É importante ressaltar os perigos destas aplicações em alguns setores, sem que o mundo tenha ajustado a rota da IA.
Aqui na empresa, atuamos com equipes multidisciplinares de comunicação, audiovisual e IA, para trabalhos customizados em agências e corporações, então o que vou dizer a vocês é com propriedade.
Dia desses, me deparei com uma plataforma de RH que implantou a IA para fazer a pré-seleção de candidatos a vagas de emprego e, pasmem, a tecnologia aplicada a este processo selecionou apenas 1% dos currículos disponíveis. Ou seja, outros 99% dos candidatos, segundo a IA, não estão aptos ao emprego. Será que não estão mesmo?
Do ponto de vista dos desenvolvedores de IA, sabemos que existem fatores como: palavras-chave, formatação e testes de identificação que vão influenciar essa automatização e possuem assertividade. Porém, há funções humanas que ainda não podem ser substituídas. Existem critérios impossíveis de serem avaliados sem o know-how humano.
Prejudicando o processo
A pergunta que surgiu e tem permeado meu sono é: será que nossas ideias e projetos estão contribuindo ou prejudicando alguns processos? No caso dessa empresa de RH que citei, será que a IA não está sendo de certa forma injusta com muitos profissionais? Será que utilizando uma ferramenta dessas não perderemos excelentes especialistas?
Já é sabido que a IA é o futuro, não há como fugir disso. Mas acredito que o mercado precisa amadurecer aplicar esse recurso de forma benéfica em todos os setores. Temos também que entender que ela não é um ser humano, existem funções que não podem ser substituídas neste momento, ainda não chegou o tempo evolucionário tecnológico onde as máquinas têm discernimento técnico próprio.
Entretanto, as experiências com IA são válidas nesse momento, porém, necessitam de uma supervisão humana, por enquanto.
O futuro nos reserva ambientes inimagináveis e somos cobaias dessa construção.
(*) Eduardo Rezende é diretor criativo da ECustomer, empresa especializada em projetos de comunicação, Inteligência Artificial e áudio.