Já escrevi sobre esse assunto muitas vezes e vou escrever muitas outras ainda. Até porque a pergunta não apenas tem múltiplas respostas, mas elas avançam e mudam com o tempo e a evolução da tecnologia.
Hoje vou falar de um artigo recente do Wall Street Journal (acesse aqui), que trata especificamente do efeito da IA no mercado de freelancers, o que os americanos chamam de "Gig Economy". Que inclui um leque amplo, de artistas gráficos e fotógrafos, de profissionais de suporte de TI a redatores.
E segundo o Journal, esses profissionais foram afetados de maneira pesada, mas não linear.
Neste gráfico interessante, que reproduzo abaixo, o que se vê é uma automação muito pesada das tarefas mais simples, acompanhadas de uma redução do valor médio pago por elas, mas a permanência, inclusive com aumento da receita média, das tarefas de maior complexidade.
A percepção é similar a muitas das coisas que tenho escrito, e vai na seguinte direção: IA num primeiro momento vai afetas tarefas, não empregos. Ela faz bem algumas coisas, acelera processos, mas normalmente requer supervisão humana para tomadas de decisão.
Usar IA favorece e impulsiona a produtividade, e melhora a qualidade da força de trabalho em quase tudo, de escrever a criar, de codificar a atender, mas ainda não faz tudo o que um humano esperto é capaz de fazer.
Sempre trago também o fato que macroeconomia afeta relações de emprego mais do que a IA. Processos de educação e capacitação devem andar juntos à adoção da tecnologia.
Vejo isso acontecendo? Não. Mas isso é papo para outra oportunidade.
(*) Alex Winetzki é CEO da Woopi e diretor de P&D do Grupo Stefanini, de soluções digitais.