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A transformação digital dos modelos de pagamento é pop

Com o Pix, um meio digital de pagamento ameaça desbancar pela primeira vez o papel moeda na preferência do consumidor

6 out 2022 - 01h00
(atualizado em 7/10/2022 às 19h04)
Foto: Freepik

Qual foi a última vez que você usou dinheiro para pagar alguma coisa? Em um mundo onde existem tantas possibilidades digitais para transações financeiras, usar papel e moeda é cada vez mais raro. Em 2021, pouco mais de 17% das compras feitas diretamente em pontos de venda no mundo todo foram pagas com cédulas de dinheiro, segundo um relatório global de meios de pagamento da FIS, empresa referência em tecnologia para transações eletrônicas. 

Embora, segundo esse mesmo estudo, a participação do dinheiro espécie não deva ultrapassar 10% das compras mundiais em 2025, na América Latina e especialmente no Brasil esse hábito ainda é largamente utilizado. Mas a recente transformação digital que acelerou o surgimento das fintechs e dos bancos virtuais também tem se feito presente no dia a dia das transações financeiras, seja por meio de pagamentos instantâneos via celular, transferências de valores em tempo real e até uso de QR code para compras offline. 

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Isso tudo sem falar no já onipresente Pix. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), divulgada no segundo semestre de 2021, aponta que o Pix já é o segundo meio de pagamento à vista mais usado pelos brasileiros (70%), ficando atrás apenas do dinheiro (71%), que no nosso País ainda é o principal meio de pagamento, mas que já está seriamente ameaçado de ser desbancado pela primeira vez na preferência do consumidor por um meio digital. 

Entre tantas possibilidades, que vão desde carteiras virtuais à criação de criptomoedas próprias, uma prática antiga vem ganhando espaço graças à tecnologia: a permuta. Essa é a proposta da XporY, uma plataforma de permutas de Goiânia que vem crescendo desde a pandemia da Covid-19 por eliminar as transações em dinheiro de empresas e profissionais liberais usando apenas a taxa de ociosidade de cada negócio. 

“A ideia não é originalmente nossa. Eu observei o modelo de permuta multilateral em funcionamento nos Estados Unidos e resolvi trazê-lo ao Brasil, mas hoje já somos a plataforma oficial de permutas do SEBRAE e atendemos desde grandes negócios até o microempreendedor individual e as pequenas empresas”, conta o CEO Rafael Barbosa. 

Clientes dos mais variados segmentos

Emissoras de televisão e até redes hoteleiras são exemplos de clientes da plataforma que aprendem a usar a própria ociosidade como moeda de troca com a ajuda da tecnologia. “Todo empresário sabe que a otimização da capacidade produtiva é essencial para o lucro da organização, seja ele um lojista ou um prestador de serviços. Mas muitos ainda não conseguem medir a própria ociosidade nem pensar em como reverter esse cenário para ter mais lucratividade”, explica Barbosa.

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A permuta em si não traz custo nem prejuízo ao empreendedor, porque o pior cenário que pode acontecer é acabar o mês sem que ele consiga negociar um espaço, serviço ou ativo que já estava ocioso: “Mas sinto que na plataforma as pessoas se tornam mais generosas em comprar ou vender algo quando a transação não envolve  dinheiro em si”, constata o CEO, lembrando que todos os negócios são feitos por meio de créditos que só tem valor dentro da plataforma e cuja valoração é de 1:1. 

A transformação digital certamente aumentou a probabilidade das trocas acontecerem, como detalha Barbosa: “Assim como acontece em uma rede social, os algoritmos que usamos analisam o comportamento dos clientes para ofertar aquilo que eles buscam, e esse uso dos dados comprovadamente aumenta as chances de sucesso da transação.”

Mas ainda há barreiras que precisam ser superadas neste e em outros modelos de pagamento digitais. E talvez a principal delas seja mesmo o conhecimento, com as pessoas entendendo e usando esses novos meios de transação. 

“Nós acabamos de fazer uma parceria com a Universidade Municipal de São Caetano do Sul para assumir todas as startups da instituição. Nesse projeto, vamos ajudar esses novos empreendedores a montarem seus negócios usando a permuta multilateral para serviços como marketing, contabilidade, advocacia, etc. E, ao mesmo tempo, estamos ajudando essas empresas a venderem seu produto”, descreve Barbosa.

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Seja Pix, seja permuta, o dinheiro é, sem dúvida, cada vez mais digital.

(*) Renata Armas é redatora do Unbox.

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