Nas mentorias e palestras que realizo, um tema é recorrente: como o profissional 40+ pode continuar sendo relevante para o mercado. Aí vão algumas dicas:
• Autoconhecimento: você deve estar atento para a sua valiosa bagagem, acumulada em vários anos de carreira, seu potencial e seus diferenciais. A reinvenção não precisa começar aos 40 anos, mas quando você quiser. Abraçar uma nova carreira pode ser uma alternativa.
• Real skills: esteja sempre atualizado, busque ter autoliderança, adaptabilidade e ser assertivo na comunicação. São exigências e não mais vantagens competitivas. Tecnicamente, seja um “solucionador de problemas”.
• Aprendizado contínuo: costumo dizer: “aprendemos com tudo e com todos. O tempo todo”, seja através de cursos e palestras, seja com pessoas do nosso dia a dia, que possuem experiências diversas das nossas.
• Ferramentas digitais: é indispensável conhecer as ferramentas digitais mais utilizadas no mundo corporativo. Isto é inevitável tanto para a sua adequada participação em dinâmicas e entrevistas online, como para o próprio trabalho, que está sendo executado de forma cada vez mais remota.
• Presença relevante no Linkedin: trata-se da maior rede profissional do mundo. No Brasil, possui 58 milhões de usuários. Possibilita transmitir e absorver conhecimentos e fortalecer a reputação, além de permitir que você aprofunde e multiplique relacionamentos – responsáveis por cerca de 85% das recolocações. Você não deve se contentar em apenas criar um perfil “campeão” na rede, um espelho do currículo. Deve ir muito além, utilizando seu conhecimento técnico e sua experiência para tornar a sua página viva e interessante. O Linkedin também permite que você solicite e poste recomendações de pessoas com as quais conviveu no mercado de trabalho. Estas “provas sociais” são importantíssimas e contribuem significativamente para reforçar ainda mais a sua capacidade de entregar resultados e o seu profissionalismo.
• Currículo: não é mais sobre cargos que você já ocupou. Mas sobre desafios que vivenciou, projetos que implantou, resultados que produziu. É, sobretudo, sobre as reflexões que traz, e o grau de ambidestria que aplica, executando o hoje e agindo para o amanhã, paralelamente. Seu novo currículo é sobre o futuro que você pretende criar para a empresa.
• Integração geracional: é imprescindível estar aberto para interagir harmonicamente e trocar conhecimentos com outras gerações. Estudos demonstram que o resultado da genuína soma de vivências e perfis variados amplia a produtividade, estimula um clima organizacional positivo, potencializa o surgimento de profícuas soluções, qualifica os debates, contribui para a evolução de cada profissional envolvido e, consequentemente, incrementa os lucros.
A contrapartida do mercado
Por outro lado, as empresas precisam responder com sinceridade como pretendem ser percebidas daqui a alguns anos, seja pelos seus colaboradores ou clientes.
Cada vez mais o mercado prioriza empresas conectadas de forma real com o ESG e o S, o social, ainda é um dos principais desafios. Mesa de pingue-pongue, sala de descanso e outras iniciativas deste tipo cederam lugar à humanização, ao propósito, à flexibilidade e ao equilíbrio, tudo isto interligado a um ambiente de convivência saudável e respeito pessoal e profissional.
(*) Mauro Wainstock (mauro.wainstock@gmail.com) possui 30 anos de experiência em Comunicação. Foi nomeado Linkedin Top Voice, é mentor de executivos, conselheiro de empresas, palestrante sobre diversidade etária e sócio-fundador do HUB 40+.