A associação que representa fabricantes de máquinas e equipamentos do Brasil, Abimaq, afirmou nesta quarta-feira que o recente acordo comercial do Mercosul com a União Europeia tem potencial de ampliar o défict comercial do setor com a Europa.
"O acordo pode ser uma grande oportunidade no sentido de que nós vamos ter acesso a um mercado importante que é o europeu. Ter acesso em um momento de uma onda de protecionismo mundo afora. Mas sabemos também que o Brasil tem hoje um problema muito sério de competitividade", afirmou a entidade em resposta a questionamento da Reuters sobre impactos do pacto anunciado na semana passada.
Segundo a Abimaq, o Brasil teve em 2024 um saldo comercial com a Europa no setor de máquinas negativo em cerca de 8 bilhões de dólares, que, caso não haja melhora da competitividade sistêmica para as empresas no Brasil, "corre o risco de ser ampliado".
Na avaliação entidade, o país precisa ao longo dos próximos anos trabalhar para melhorar o chamado "Custo Brasil", incluindo o custo de capital e tributos elevados. "Precisará ter um sistema de financiamentos das exportações e voltar a ter seguro de crédito", defendeu a Abimaq.
A associação ainda citou que será necessário ter uma fiscalização rigorosa de origem dos componentes usados nos produtos europeus que chegarem ao Brasil.
Segundo a Abimaq, "o produto europeu tem muitos componentes de origens diversas como China ou Índia...Uma preocupação que temos é como será fiscalizada a garantia dessa regra de origem."
A expectativa da entidade é de que o setor de máquinas e equipamentos tenha sua tarifa de importação reduzida em 10 ou 15 anos, a partir da vigência do acordo dos blocos.