As ações da Boeing subiram 3,5% nesta sexta-feira, com apostas de que os trabalhadores na fábrica da companhia na Costa Oeste dos Estados Unidos aceitarão uma nova proposta salarial e encerrarão uma greve de sete semanas que paralisou a produção de jatos e tem prejudicado as finanças da fabricante de aviões.
Cerca de 33.000 maquinistas, que estão em greve desde 13 de setembro, votarão na segunda-feira sobre uma nova proposta de contrato que aumenta os salários em 38% ao longo de quatro anos, em comparação com uma oferta anterior de 35%.
A proposta inclui um bônus de ratificação de 12.000 dólares, mas não atende à demanda dos trabalhadores pela restauração de uma aposentadoria de benefício definido. Os trabalhadores da Boeing rejeitaram duas propostas anteriores em votações realizadas em 12 de setembro e 23 de outubro.
"A proposta parece promissora, já que se aproxima da meta original do sindicato de um aumento salarial de 40% ao longo de quatro anos. O fato de a greve ter durado quase dois meses também é um fator a favor de um acordo", disse Ben Tsocanos, diretor do setor aeroespacial da S&P Global Ratings.
O CEO da Boeing, Kelly Ortberg, pediu aos trabalhadores nesta sexta-feira que aceitem o acordo, afirmando em uma nota à equipe que era hora de "focar em reconstruir o negócio e entregar os melhores aviões do mundo".
Os trabalhadores nas linhas de piquete estavam divididos, com alguns dizendo à Reuters que estavam prontos para encerrar a greve, enquanto outros se mostravam determinados a lutar pelo aumento salarial de 40%.
A greve paralisou a produção dos jatos 737 MAX, os mais vendidos da Boeing, além dos widebodies 767 e 777, resultando em uma perda de 6 bilhões de dólares no terceiro trimestre e complicando os esforços de recuperação de Ortberg.
Analistas de Wall Street têm monitorado publicações no Reddit e reações nas redes sociais, que foram precursores do sentimento dos trabalhadores nas duas votações anteriores.
As ações da Boeing acumulam queda de 8,3% desde o início das greves, em setembro.