As ações da Embraer (EMBR3) afundam 5% no intradia do pregão desta segunda-feira (16) por volta das 12h15, com o mercado digerindo novidades sobre o acordo da companhia com a Boeing.
Conforme comunicado pela fabricante de aeronaves, a Boeing pagará uma cifra de US$ 150 milhões (cerca de R$ 835 milhões no câmbio atual) à companhia. Esse pagamento é relativo a um processo de arbitragem por conta do acordo de fusão de aviação comercial, que envolve a Embraer e data de meados de 2020.
O acordo foi feito após a Boeing voltar atrás em um contrato de US$ 4,2 bilhões para compra de operação de fabricação de jatos comerciais.
A queda das ações da Embraer, assim, se dá por conta de expectativas do mercado que eram mais altas.
Analistas do Itaú BBA, em relatório após a novidade, destacaram que miravam entre US$ 250 milhões e US$ 300 milhões para o pagamento do acordo.
O BTG Pactual cita que o acordo veio abaixo do esperado, mas 'é melhor do que nada'.
Analistas da casa apontaram que o fato de a arbitragem ter sido conduzida em sigilo fez com que o mercado ficasse sem informações sobre o potencial a ser reembolsado - o que causou essa descorrelação entre o valor pago e as projeções.
Da mesma forma, analistas do Bradesco BBI apontaram que o pagamento ficou abaixo dos US$ 300 milhões esperados.
Contudo, a casa destaca que o valor líquido a ser recebido pela Embraer deve ser de US$ 85 milhões ajustado para PIS/Cofins (9,25%) e impostos de renda (34%).
Analistas mantém otimismo com ações da Embraer
Apesar da novidade considerada negativo, os analistas seguem otimistas com EMBR3, destacando uma demanda aquecida para a companhia, além da possibilidade de um aumento de margem.
O BBA, nesse contexto, mantém recomendação de compra para ADRs da companhia com preço-alvo de US$ 40.
O BBI, da mesma forma, recomenda compra para ADRs da Embraer, também com preço-alvo de US$ 40 por papel.