As ações da Volkswagen recuavam mais de 2% nesta segunda-feira, com analistas citando incertezas sobre o acordo de corte de custos da montadora com os sindicatos e prováveis obstáculos em 2025.
O acordo de sexta-feira, saudado pelos sindicatos como um "milagre de Natal", prevê mais de 35.000 demissões futuras e uma redução da produção em quase um quarto, mas sem fechamentos imediatos de fábricas ou demissões em massa.
Segundo o analista da Jefferies, Philippe Houchois, o projeto ficou aquém das ambições iniciais da administração e das expectativas do mercado, além de não ter senso de urgência.
Dado o ritmo de mudança nas empresas rivais e o ambiente competitivo no setor, "há um risco de que os ganhos cheguem tarde demais e não sejam suficientes", escreveram analistas da ODDO BHF em nota aos clientes.
Eles acrescentaram que o ritmo dos lucros da VW também não deve melhorar significativamente no ano que vem, dada a fraca demanda na China e as possíveis tarifas após a eleição de Donald Trump.
Analistas da Jefferies e da ODDO BHF disseram que mais detalhes são necessários para entender como a administração da VW pretende atingir os cortes de custos anunciados de 15 bilhões de euros por ano.
O impacto do acordo nos custos só se tornará visível depois de 2025, e este é apenas o começo de um processo de 5 anos, escreveram analistas do JPMorgan em uma nota, embora tenham chamado isso de "um passo positivo na direção certa".
Por volta de 09h00 (horário de Brasília), as ações da Volkswagen caíam 2,32%, para 86,48 euros em Frankfurt.
As ações da Volkswagen caíram mais de 20% este ano e estão sendo negociadas em torno dos níveis de 2010.