O S&P 500 e o Nasdaq registravam quedas nesta quarta-feira, impactados por um declínio nas ações de tecnologia, enquanto investidores se concentravam no próximo passo do Federal Reserve após uma leitura de inflação que veio em linha com o esperado.
Relatório do Departamento de Comércio mostrou que o índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), o indicador de inflação preferido do Fed, subiu 2,3% em outubro em uma base anual, em linha com as estimativas dos economistas, mas ainda acima da meta de 2% do banco central.
Os traders ainda veem chance de 66% de que o Fed reduza os custos de empréstimos em 25 pontos-base em sua reunião de dezembro, de acordo com o FedWatch da CME.
Às 12h15 (horário de Brasília), o Dow Jones Industrial Average subia 0,23%, para 44.964,85 pontos, o S&P 500 perdia 0,21%, para 6.009,01 pontos, e o Nasdaq Composite recuava 0,66%, para 19.048,39 pontos.
A maioria das megacaps caía, com Nvidia em queda de 2,5%, enquanto Microsoft recuava 0,6%. As perdas nessas ações levavam o setor de Tecnologia da Informação a cair 1,1%, conforme os rendimentos dos títulos do Tesouro de prazos mais curtos recuperavam algumas perdas após os dados do PCE.
A Dell e a HP, que caíram 10,5% e 10,1%, respectivamente, depois de previsões trimestrais pessimistas, ampliavam as quedas e eram as maiores perdedoras do índice de referência.
O índice Russell 2000 subia 0,7%, enquanto o índice Dow de blue-chips era impulsionado por ganhos em ações financeiras e de saúde.
Dados divulgados no início do dia mostraram que a economia dos EUA cresceu em um ritmo sólido no terceiro trimestre, enquanto os pedidos semanais de auxílio-desemprego caíram novamente na semana passada, mantendo a porta aberta para outro corte na taxa de juros pelo Federal Reserve em dezembro.
"A inflação provou ser um pouco mais rígida do que o Fed gostaria, o que pode dar a eles uma pausa com relação ao corte das taxas", disse Scott Welch, diretor de investimentos da Certuity.
"Há dúvidas sobre os efeitos da política tarifária declarada por Trump, que, se implementada, pode ser bastante inflacionária e, portanto, o Fed terá de se equilibrar entre os dados econômicos e a agenda política do novo governo."
A ata da reunião de novembro do Fed, divulgada na terça-feira, mostrou que os formuladores de política monetária estavam incertos quanto às perspectivas de cortes nas taxas de juros e quanto as taxas atuais estavam restringindo a economia.
As preocupações incluem os cortes de impostos propostos pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e as políticas tarifárias, incluindo sua mais recente posição sobre as importações do México, Canadá e China, o que poderia aumentar os preços, desencadear uma guerra comercial e pesar sobre o crescimento global.