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Afinal, dinheiro compra felicidade?

Relatório Mundial da Felicidade da ONU inclui fatores financeiros entre os componentes importantes na satisfação com a vida

13 out 2023 - 05h00
(atualizado às 08h01)
Estudo apontou que as pessoas costumam ser mais felizes conforme ganham mais dinheiro
Estudo apontou que as pessoas costumam ser mais felizes conforme ganham mais dinheiro
Foto: Agência Brasil

Esta é uma pergunta que você certamente já se fez em algum momento da vida. Eu, frequentemente, me pergunto sobre isso: afinal, dinheiro compra ou traz felicidade? Bom, quase sempre respondo para mim mesmo que dinheiro não compra felicidade. No entanto, o dinheiro pode com certeza contribuir para uma vida mais satisfatória e feliz. 

Para o Terra, Marcos Piellusch, professor de finanças da FIA Business School, e Renan Diego, especialista em finanças pessoais, afirmam que o dinheiro em si não necessariamente traz felicidade, mas a falta dele ou os problemas financeiros trazem várias consequências negativas, como conflitos familiares, estresse e outros problemas de saúde.

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“Várias são as evidências que relacionam a saúde financeira com benefícios para a vida pessoal”, afirma Marcos Piellusch. “Costumo dizer que o dinheiro potencializa o que nós somos. Se nós somos felizes, nós vamos ser mais felizes”, complementa Renan Diego. 

O Relatório Mundial da Felicidade da Organização das Nações Unidas (ONU) inclui fatores financeiros, como a segurança financeira, entre os componentes importantes na satisfação com a vida. Países com maior bem-estar financeiro frequentemente pontuam mais alto em índices de felicidade.

Alguns estudos mostram também que o controle financeiro, feito por meio de economia de dinheiro e baixo nível de endividamento, estão relacionados ao bem-estar e a níveis mais baixos de ansiedade e depressão. Assim, estabelecer e seguir um plano financeiro pode reduzir conflitos e trazer felicidade.

“Ter controle sobre as finanças pessoais oferece a capacidade de tomar decisões alinhadas com objetivos pessoais e alcançar metas financeiras. Isso proporciona um senso de realização e satisfação, aumentando a qualidade de vida”, avalia Marcos Piellusch. 

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Como as pessoas devem lidar com o dinheiro

“De maneira geral, as pessoas devem lidar com o dinheiro primeiro entendendo que o dinheiro deve ser o seu servo, e não o contrário”, diz Renan Diego. “As pessoas devem entender que o dinheiro é um recurso necessário para promover bem estar e qualidade de vida, mas que é um recurso finito”, acrescenta Piellusch.

Conforme os especialistas ouvidos nesta matéria, a organização das contas, renda, gastos e investimentos é fundamental para que as decisões relacionadas ao dinheiro sejam feitas sempre com consciência –  e isso tudo sem abrir mão do seu lazer e da sua qualidade de vida.

“Se você tem dívidas, você precisa eliminar as suas dívidas. Pessoas prósperas não têm dívidas. Depois, você vai precisar administrar melhor o seu dinheiro para começar a sobrar dinheiro. Sobrando todos os meses, você vai aprender a investir para poder pegar o dinheiro que está sendo poupado e multiplicar”, ensina Renan.

Devem sempre equilibrar o bem estar no presente com a preservação da qualidade de vida no futuro, não realizando gastos excessivos nem exagerando nas economias, aconselha Piellusch. “O crédito deve ser usado com moderação, sempre observando a capacidade de cumprimento das dívidas com a renda”.

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Existe um valor necessário para alcançar a felicidade

Daniel Kahneman, economista e psicólogo ganhador do Prêmio Nobel de Economia, num estudo de 2010, concluiu que as pessoas alcançam a felicidade ou alegria delas se estabilizam quando sua renda atinge 75 mil dólares, o equivalente a R$ 387 mil.

Em março deste ano, no entanto, Kahneman e Matthew Killingsworth, chegaram em outra conclusão num estudo conjunto publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, a publicação oficial da Academia Nacional de Ciências dos EUA. 

O estudo apontou que as pessoas costumam ser mais felizes conforme ganham mais. Eles descobriram que a felicidade não atinge um platô após os 75 mil dólares e que a “sensação de bem-estar” pode continuar a aumentar com uma renda bem maior. 

“O valor mínimo depende muito do nível de gastos da família. É possível que uma família de baixa renda tenha disciplina financeira e viva em harmonia com o dinheiro. Enquanto isso, é possível que uma família de alta renda que tenha gastos excessivos, muitas prestações de carro, imóveis, cartões de crédito e outros gastos, tenha um estresse constante e dívidas crescentes”, resume Marcos Piellusch.

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Fonte: Redação Terra
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