A agência de classificação de risco Moody's mudou a perspectiva de rating do Brasil nesta terça-feira para "negativa", de "estável", citando o maior risco de crescimento baixo sustentado e de piora em métricas de dívida.
Ao mesmo tempo, a Moody's reafirmou o rating soberano do País em "Baa2", devido à resiliência aos choques financeiros externos por seu colchão de reservas internacionais, vulnerabilidade limitada do balanço patrimonial do governo e benefícios subjacentes derivados da economia extensa e diversificada do Brasil.
A agência citou três motivos para a alteração da perspectiva da nota brasileira. Primeiramente a economia mostra poucos sinais de retorno ao potencial de crescimento no curto prazo. "A Moody's considera que a economia brasileira continuará registrando crescimento baixo e estima que aumentos do PIB anual provavelmente vão permanecer abaixo do potencial do País de cerca de 3%", disse em nota.
A projeção da agência é de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá menos de 1% em 2014 e menos de 2% em 2015.
A Moody's também destacou a forte deterioração do sentimento do investidor e seu impacto na formação bruta de capital fixo. "As baixas taxas de investimento no Brasil refletem principalmente o sentimento negativo do investidor, conduzido por uma percepção de mercado generalizada sobre a abordagem intervencionista da administração atual", disse.
Por fim, a agência citou os desafios fiscais que os obstáculos econômicos mencionados impõem, impedindo a reversão da tendência de elevação nos indicadores da dívida do governo.