Produtores rurais da Argentina farão uma greve comercial de 72 horas a partir da próxima segunda-feira, em protesto contra a decisão do governo argentino de suspender temporariamente as exportações de milho, disseram três das principais associações rurais do país nesta terça-feira.
O governo da Argentina, grande fornecedora global de alimentos, suspendeu na semana passada o registro de novas exportações de milho com datas de embarque até fevereiro, visando garantir o abastecimento doméstico do cereal, em uma decisão inesperada para a cadeia agrícola.
A medida do presidente peronista Alberto Fernández reacendeu tensões históricas entre o partido governista, que tende a recorrer a políticas de intervenção nos mercados, e o setor rural, favorável a políticas mais liberais.
"Rejeitamos o fechamento dos registros de exportação de milho, por se tratar de uma medida absolutamente prejudicial para o campo e para a Argentina como um todo, como temos sustentado desde seu anúncio", disseram em comunicado as associações agropecuárias CRA, SRA e Coninagro.
Segundo as entidades, a medida de força terá início à meia-noite de segunda-feira, dia 11, e terminará na quarta-feira, 13. O protesto pedirá que o governo de Fernández reveja a medida.
Na tarde desta terça-feira, o Centro de Exportadores de Cereais (CEC) --que reúne importantes empresas agroexportadoras, como Bunge e Cargill-- alertou que a decisão do governo argentino pode ter um impacto negativo no comércio exterior de milho do país.