La Niña fraco pode ter um papel importante na safra 24/25

Relatório aponta que fatores climáticos e econômicos devem trazer desafios significativos aos produtores na safra 24/25

23 set 2024 - 11h41

Os desafios climáticos e as margens apertadas criaram um cenário cauteloso para o produtor rural para a próxima safra de soja. Um relatório feito pela Biond Agro mostra uma tendência para o menor crescimento da área plantada de soja para a safra 2024/25 em um comparativo dos últimos cinco anos, com aumento estimado de apenas 2,55% em relação à safra anterior.

Segundo o relatório, a área plantada de soja será de 47,2 milhões de hectares, refletindo margens de lucro mais estreitas e um cenário de menor atratividade para o setor. 

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"O padrão climático tem se tornado cada vez mais imprevisível, de modo que o que era habitual no passado pode não se repetir na mesma proporção agora", afirma o líder de inteligência e estratégia, Felipe Jordy.

O relatório traz uma informação sobre os custos elevados, somados à baixa absorção dos aumentos de custos pelo plano safra 24/25 e às altas taxas de juros que podem limitar os investimentos em tecnologia por parte dos produtores, impactando diretamente a produtividade das lavouras.

Foto: Climatempo

Foto: Getty Images

Impacto do corte de margens na produção

A combinação de fatores econômicos adversos está pressionando as margens dos produtores de soja, o que influencia o desempenho esperado para a safra 24/25.

"Os custos elevados e a oferta mundial abundante estão comprimindo os preços e consequentemente as margens de lucro. Com a alavancagem financeira dos produtores em alta, muitos terão dificuldades para investir em tecnologia, o que também pode comprometer a produtividade esperada", explica o especialista.

A previsão de produtividade é de 58,2 sacas por hectare, um crescimento de 9% em relação à safra anterior, mas inferior à média histórica dos últimos anos com La Niña de intensidade fraca. Embora a produção de soja tenha uma expectativa de crescimento em 11,8%, chegando a 164,8 milhões de toneladas, esse aumento deve ser visto com cautela, considerando os desafios mencionados.

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Jordy reforça que a projeção de ampla oferta tende a pressionar os preços.

"É crucial que o gerenciamento dos custos, dos riscos na produção e comercialização seja conduzido com excelência, visando maximizar os resultados em um ano que promete ser desafiador", completa.

Influência climática na safra 24/25

O relatório também aponta que o impacto do fenômeno La Niña sobre a safra 24/25 ainda é incerto, mas preocupante.

"A intensidade fraca do La Niña pode gerar impactos climáticos diferentes nas regiões do Brasil, o que torna o planejamento agrícola um desafio. O comportamento irregular das chuvas e a intensidade do calor, por exemplo, pode prejudicar a produtividade em áreas que costumam ser mais produtivas", ressalta.

O documento enfatiza que as mudanças climáticas globais exige dos produtores maior atenção ao planejamento meteorológico e ao uso de tecnologias de mitigação de riscos climáticos.

"A variabilidade climática está cada vez mais presente nas safras brasileiras. Os produtores precisarão adotar cada vez mais práticas  de gerenciamento de risco, para minimizar os impactos e garantir a produção dentro das metas", conclui Felipe Jordy.

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