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Airbnb exclui hospedagens em assentamentos na Cisjordânia

20 nov 2018 - 14h48

Decisão afeta cerca de 200 imóveis localizados em assentamentos israelenses. Grupos palestinos elogiam medida, enquanto Israel ameaça apoiar ações legais contra empresa americana.O site de aluguel temporário de casas e quartos Airbnb anunciou nesta segunda-feira (19/11) que não oferecerá mais seus serviços em assentamentos israelenses na Cisjordânia. A decisão provocou duras críticas em Israel.

Decisão do empresa Airbnb de suspender anúncios de hospedagens na Cisjordânia afetará cerca de 200 residências
Decisão do empresa Airbnb de suspender anúncios de hospedagens na Cisjordânia afetará cerca de 200 residências
Foto: DW / Deutsche Welle

A empresa americana afirmou que a decisão afeta cerca de 200 propriedades "na Cisjordânia ocupada, que está no centro da disputa entre israelenses e palestinos".

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A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) saudou a decisão da Airbnb e apelou ao site Booking.com - outra plataforma de intermediação de hospedagens - para seguir o exemplo. "Booking.com e outras empresas ajudam a perpetuar um regime discriminatório na Cisjordânia ao prosseguirem com suas atividades no território", afirmaram a HRW e a organização não governamental israelense Kerem Navot.

O ministro do Turismo de Israel, Yariv Levin, chamou a decisão da empresa americana de "a mais miserável das capitulações deploráveis aos esforços de boicote" e afirmou que o ministério começou a preparar medidas imediatas para limitar as atividades da Airbnb em Israel.

Segundo ele, o governo estaria disposto a apoiar ações judiciais de proprietários de imóveis afetados contra a Airbnb em tribunais americanos.

O Conselho Yesha, que representa colonos israelenses, acusou a Airbnb de se tornar um site político e afirmou que a decisão da empresa "é o resultado do antissemitismo ou da capitulação ao terrorismo, ou ambos".

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Grupos palestinos e de direitos humanos há muito tempo pediam à Airbnb para remover as ofertas de residências em assentamentos de seu site. Waleed Assraf, chefe de um grupo palestino contrário aos assentamentos, elogiou a medida e afirmou que, se mais empresas seguissem o exemplo, contribuiriam para a paz.

Já o alto funcionário palestino Saeb Erakat afirmou que era "crucial para o Airbnb seguir a posição do direito internacional de que Israel é a potência ocupante e que os assentamentos israelenses na Cisjordânia, incluindo a ocupada Jerusalém Oriental, são ilegais e constituem crimes de guerra".

Há dois anos foi aberto o debate sobre as ofertas nos assentamentos, que provocaram grandes protestos de movimentos pró-Palestina e defensores dos direitos humanos. Eles denunciaram que alguns turistas desconheciam que seu destino estava em território ocupado porque a página registrava o local como Israel e que isso ajudava no crescimento econômico dos assentamentos, um dos principais empecilhos para conseguir a paz entre israelenses e palestinos.

Cerca de 500 mil israelenses vivem em assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental - áreas que também abrigam mais de 2,6 milhões de palestinos.

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A Cisjordânia está sob ocupação de Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, mas a maioria dos países considera os assentamentos judeus ilegais pelo direito internacional. Os palestinos reivindicam a Cisjordânia para seu futuro Estado, junto com Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza.

PV/efe/lusa/rtr/afp/ap

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