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Ajustes são necessários porque mundo mudou, diz ministro

Segundo Joaquim Levy, finanças do governo não aguentam modelo econômico anterior e parceiros comerciais vivem outro momento

16 mar 2015 - 12h39
<p>Joaquim Levy, ministro da Fazenda</p>
Joaquim Levy, ministro da Fazenda
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

O ministro da Fazendo, Joaquim Levy, disse nesta segunda-feira, em palestra para empresários da Associação Comercial de São Paulo, que o fundamento do que o governo está fazendo na economia está relacionado com as mudanças políticas executadas pelos principais parceiros mundiais do Brasil. 

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“A presidenta Dilma Rousseff fala que o mundo mudou não porque é uma desculpa, mas porque precisamos nos adaptar: senão, fica impossível continuar com a política anticíclica. Primeiro, porque as contas não aguentam; segundo, porque nossos parceiros estão em outra.”

E acrescentou: “O que vimos de queda [de preços] de commodities e de aumento do câmbio é consequência do fim da política anticíclica desses países. Agora não temos muito mais o quer escolher. Temos que nos adaptar”.

Segundo ele, a boa notícia é a de que, no Brasil, quando é preciso adaptação a momento delicados, todos colaboram resultando em reequilíbrio das contas. Citou, como exemplo de colaboração de todos os setores da sociedade, a percepção de que o ajuste fiscal não aumentará impostos e sim reduzirá a desoneração de itens, medida aprovada em um determinado momento com um objetivo específico.

“As medidas adotadas [agora] nada mais [significam) do que ajustar [a economia] a uma nova situação e eliminar algumas coisas feitas em um período em que se falava de política anticíclica. Não havia presunção de persistência nessas questões para sempre porque são itens insustentáveis do ponto de vista fiscal”, disse.

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Levy ressaltou que a presidenta Dilma Rousseff está absolutamente tranquila e confiante sobre o caminho a ser seguido. No entender do ministro da Fazenda, mesmo que a presidenta Dilma tenha de consultar o Congresso Nacional, adotará o caminho por ter consciência de que o País é democrático.

Acrescentou, porém, que o contato do governo com o Congresso será feito com base em um trabalho de convencimento. “O objetivo das medidas é trazer tranquilidade aos negócios já que o mercado mudou e se não mudarmos também teremos problemas”.

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O ministro lembrou que os gastos públicos continuam altos. Acrescentou que é preciso fazer ajustes para mostrar ao setor privado um cenário que dê confiança. “Queremos evitar cenários muito desfavoráveis, porque aí fica muito difícil trabalhar. Se fizermos no tamanho que necessário, rapidamente teremos um cenário no qual as pessoas podem sentir o chão firme, começar a trabalhar com menos incerteza e tomar riscos”, disse.

Levy disse ainda que é preciso uma ação rápida para criar estabilidade a fim de que o País volte a crescer. “Pagamos o custo, mas temos benefício. O governo, além de fazer ajustes, tem atividades que incentivarão a retomada das concessões com maior envolvimento do capital privado. Estamos trabalhando com diversos vetores para permitir que a economia volte a crescer com base sólida. Olhar para uma nova etapa será cada vez mais importante, mas só poderemos [ir adiante] se a etapa inicial estiver completa”, disse.

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Agência Brasil
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