O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), tomou posse nesta quarta-feira, 4, como ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e prometeu retomar a política de "reindustrialização" como condição para o crescimento sustentável do País.
Numa das cerimônias de posse mais prestigiadas a ocorrer no Palácio do Planalto, com filas que se formaram às 9h para o evento que só ocorreria às 11h, Alckmin prometeu tocar a agenda de interesse dos empresários, que inclui financiamento, simplificação tributária e redução do custo Brasil.
Na disputa plateia formada no Salão Oeste do Planalto estivem nomes influentes no mercado financeiro, como o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente em exercício do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (União Brasil-PB), e o ex-presidente José Sarney (MDB) também estiveram presentes, numa das poucas cerimônias de posse de ministros com autoridades dessa estatura política.
A nomeação de Alckmin para comandar a pasta do Desenvolvimento se deu após dificuldades do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em convencer outros nomes a assumir o posto. Em dezembro, o petista convidou o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, para integrar o governo, mas recebeu negativa diante da crise que o industrial enfrentava dentro da organização por tentativas do ex-presidente Paulo Skaf de tentar demovê-lo da presidência.
Como alternativa, ainda em dezembro Lula convidou o presidente do Conselho de Administração do grupo Ultra, Pedro Wongtschowski, que também declinou da proposta por divergências com o posicionamento econômico anunciado pelo governo de transição até aquele momento. O executivo é um ávido defensor de políticas de concessão e privatização, numa toada liberal, que foram rechaçadas pelo plano de gestão petista. Durante a formação dos ministérios, Lula chegou a dizer que em seu novo mandato "vão acabar as privatizações" no País.
Sem um homem forte e com aceitação do mercado para ocupar o posta, Lula indicou o seu vice para a pasta, num recuou da posição adotada ainda na primeira leva de anúncios de ministros. Durante o período de transição de governo foi especulada a possibilidade de Alckmin assumir a pasta da Defesa, ao que Lula respondeu com a assertiva de que seu companheiro de chapa nas eleições não acumularia funções.
"Eu fiz questão de colocar o Alckmin como coordenador para que ninguém pensasse que o coordenador vai ser ministro. Ele não disputa vaga de ministro porque é o vice-presidente", disse Lula.
Como mostrou o Estadão, o MDIC será um dos ministérios mais fortes do terceiro governo Lula. A pasta sob o guarda-chuva de Alckmin coordenará as ações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). O vice-presidente ainda pode acumular no ministério as atribuições de planejar e elaborar metas de longo e médio prazo.