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Americanas acusa bancos de ter reduzido caixa da empresa para R$ 250 milhões com bloqueios

Advogados destacam que, ontem, a companhia possuía apenas R$ 800 milhões em recursos, quantia caiu diante dos bloqueios de recursos feitos por bancos

19 jan 2023 - 16h39
(atualizado às 17h07)

Além de pedir recuperação judicial à Justiça do Rio de Janeiro, a defesa da Americanas solicitou que BV, Bradesco, Itaú e Safra sejam obrigados em seis horas a devolver recursos que bloquearam em contas da varejista. A peça afirma que a varejista possui apenas cerca de R$ 250 milhões em caixa para honrar com os pagamentos de obrigações.

Os advogados destacam que, ontem, a companhia possuía apenas R$ 800 milhões em recursos, como antecipou o Estadão/Broadcast. Entretanto, a quantia caiu diante dos bloqueios de recursos feitos por bancos credores.

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"A situação, que já era gravíssima, piorou. De forma ilícita, arbitrária e ilegítima, o Safra, o Bradesco e o Itaú também promoveram resgates e bloqueios indevidos no caixa do Grupo Americanas", afirma a peça enviada à Justiça nesta tarde.

Segundo a defesa da companhia, o Bradesco teria bloqueado R$ 474.160.121,11, enquanto o BV reteve R$ 206.995.074,40, o Safra, R$ 95.078.544,76, e o Itaú, R$ 45.698.227,67. O texto afirma que não há decisões judiciais que permitam aos bancos de fazer estes congelamentos. São cerca de R$ 822 milhões ao todo.

Na última sexta-feira, a Americanas obteve na Justiça do Rio uma cautelar que impedia o vencimento antecipado de dívidas. Hoje, a defesa da companhia afirma que Safra e Itaú descumpriram a decisão sem se manifestarem sobre os efeitos da liminar.

O único banco que obteve decisão favorável neste sentido foi o BTG Pactual. "Mas essa decisão, evidentemente, favorece somente o BTG, e não se estende aos demais credores, porque cingiu-se a avaliar as peculiaridades daquela hipótese específica e determinou, inclusive, o bloqueio dos valores na conta da referida instituição financeira", afirmam os advogados da Americanas.

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Americanas entrou com pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira, 19, cerca de uma semana depois da divulgação de rombo bilionário na companhia
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Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

"A situação do Grupo Americanas tem se agravado a cada dia, o que coloca em risco grave a continuidade das operações e, consequentemente, sua sobrevivência", prossegue a defesa da varejista.

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