Na última quarta-feira (11) a Americanas (AMER3) anunciou que a área contábil da empresa achou inconsistências em lançamentos redutores da conta fornecedores realizados em exercícios anteriores, incluindo o de 2022. A notícia foi publicada pela companhia através de um fato relevante divulgado após o fechamento de mercado.
A sócia e analista da GTI, Paola Mello, comentou sobre a possibilidade da companhia varejista quebrar, durante entrevista à BM&C News, nesta quinta-feira (12).
Ao ser questionada sobre uma possível falência de Americanas após este rombo contábil, Paola afirmou que existe essa possibilidade e explicou detalhadamente porque.
"Hoje a Americanas tem um patrimônio líquido ao redor de R $15 bilhões, então caso esse ajuste for inteiro feito contra patrimônio líquido, o patrimônio acaba negativo em R$ 5 bilhões", destacou a analista.
Além disso, em relação ao endividamento, Paola comentou que a companhia tem uma dívida bruta de um pouco mais de R$ 20 bilhões. Portanto, com caixa de R$ 8 bilhões. "Então a dívida líquida deve ser entre R$ 12 bi e R$ 13 bi, se adicionar mais R$ 20 bilhões de dívidas, a dívida superaria R$ 33 bilhões", explicou.
Nesse sentido, Paola explicou que dos R$ 33 bilhões, cerca de R$ 22 bi é uma dívida no curto prazo. "É uma liquidez muito grande para uma liquidez de 12 meses, que é necessária".
"Eu não imagino que a Americanas consiga fazer uma capitalização dessa magnitude imediatamente", disse a analista. "É uma situação bastante delicada, isso mostra porque a ação já abriu apontando para quedas expressivas", completou.
"Pode evoluir para um evento mais extremo como uma falência", finalizou Paola.