A Americanas divulgou no final de semana uma atualização de sua lista de credores, na qual elevou o valor de sua dívida de R$ 41,2 bilhões para R$ 42,5 bilhões.
A varejista também revisou o número total de credores, que saiu de cerca de 7.720, sem contabilizar os extraconcursais, para ao redor de 9.460.
A varejista pediu recuperação judicial no mês passado, após a revelação de inconsistências contábeis de cerca de R$ 20 bilhões.
Preparação para calote
Os bancos brasileiros já separaram R$ 9,3 bilhões para cobrir possíveis perdas com os empréstimos para a Americanas. Entre os maiores credores da companhia, os recursos reservados para perdas variam de 30% dos créditos, caso do Santander, a 100%, caso de Itaú e Bradesco.
Os dois maiores bancos privados do Brasil já não veem mais chance, ao menos neste momento, de recuperar os créditos concedidos à varejista e passaram a classificar a empresa na pior linha do balanço para maus pagadores.
Pela questão do sigilo bancário e de processos judiciais, nenhum banco mencionou o nome Americanas nos balanços ou nas teleconferências de resultados. No entanto, pelos números trimestrais, foi possível ver que o Bradesco fez provisão de R$ 4,9 bilhões para os créditos da Americanas, todo o valor que a rede de varejo deve ao banco. O Itaú Unibanco separou cerca de R$ 2,8 bilhões.
O Santander Brasil não revelou quanto provisionou, mas analistas calculam que o banco separou cerca de 30% do total do crédito concedido à varejista. Em outros bancos, como o BV, a provisão é de cerca de 50%, segundo apurou o Estadão/Broadcast.
*Com informações do Estadão Conteúdo