A Petrobras vai reduzir seus investimentos anuais de forma gradativa até 2016, enquanto o crescimento da produção de petróleo será desacelerado, afirmou a estatal durante a divulgação dos resultados de 2014. A previsão da companhia é investir US$ 29 bilhões neste ano e US$ 25 bilhões em 2016, relatou o gerente-executivo de desempenho empresarial da companhia, Mario Jorge Silva, durante apresentação à imprensa. Em 2014, o investimento somou US$ 35 bilhões.
A estimativa de investimentos para este ano é ainda menor que a anunciada pela diretoria anterior, que apontou montantes entre US$ 31 bilhões e US$ 33 bilhões. A redução nos investimentos ocorre no momento em que a estatal enfrenta a sua pior crise da história, envolvida em um escândalo de corrupção que resultou em perdas de R$ 6,2 bilhões, segundo balanço publicado nesta quarta-feira.
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O novo Plano de Negócios da Petrobras 2015-2019, que deverá trazer mais detalhes sobre os investimentos nos próximos anos, deverá ser apresentado dentro de 30 dias, disse o presidente-executivo da Petrobras, Aldemir Bendine, em sua primeira conferência de imprensa nesta quarta-feira.
Já em relação à produção de óleo e gás, no Brasil e no exterior, a Petrobras prevê crescimento de 4,76% na média deste ano frente a registrada em 2014, para 2,796 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). De 2013 para 2014, o crescimento da produção foi de 5,1%.
A Petrobras previu uma produção de 2,886 milhões de boe/d em 2016 (com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo), o que resultaria em um crescimento menor, de pouco mais de 3%, considerando que o centro da meta seja atingido.
A Petrobras reduziu ainda a sua previsão de novas plataformas para 2016. Serão apenas três novas plataformas, duas em Lula e uma em Lapa, e um Teste de Longa Duração em Libra, ante as sete plataformas que estavam previstas no plano de negócios anterior. Para 2015, a Petrobras confirmou a entrada em operação da plataforma Cidade de Itaguaí, no quarto trimestre.
Premissas
Entre 2015 e 2016, a companhia prevê um grande plano de desinvestimentos de cerca de US$ 13 bilhões, sendo que a maior parte, de US$ 10 bilhões, deverá ser realizada no ano que vem. As premissas apresentadas pela companhia para 2015 são preço do petróleo a US$ 60 por barril e taxa de câmbio de R$ 3,10 o dólar, em média.
Já para 2016, a empresa calcula o preço do petróleo a US$ 70 por barril e R$ 3,3 o dólar. A empresa acredita que chegará ao fim deste ano com caixa de US$ 20 bilhões, ante US$ 26 bilhões registrados no fim de 2014. O balanço do primeiro trimestre deste ano deve ser apresentado em 15 de maio.