Principal fonte de gastos da economia brasileira, o consumo das famílias caiu 0,3% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período anterior. Esse é o pior resultado do consumo familiar desde o quarto trimestre de 2008, auge da crise econômica internacional, quando foi registrada queda de 2%.
Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o consumo das famílias, apesar de ter se mantido em alta pelo 44º trimestre consecutivo, teve o pior desempenho em 11 anos, com um crescimento de apenas 0,1%.
“A gente continua com inflação. Os juros nesse trimestre foram maiores do que os juros do terceiro trimestre do ano passado. E o crédito, que vinha crescendo a taxas muito altas, vem desacelerando. Inclusive, nesse trimestre, já apresentando crescimento nominalmente baixo que, deflacionado, em termos reais, pode até apresentar queda”, disse a gerente de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis.
Os investimentos cresceram 1,3% no terceiro trimestre na comparação com o segundo período equivalente no ano. Apesar disso, eles continuaram em queda (pelo terceiro trimestre consecutivo) na comparação com o mesmo trimestre de 2013: -8,5%. A redução foi provocada pela queda na produção interna e na importação de bens de capital, bem como pelo desempenho negativo da construção civil.
A taxa de investimento caiu de 19% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de 2013 para 17,4% no mesmo período deste ano. Já a taxa de poupança atingiu o pior patamar para terceiros trimestres desde o início da série histórica, em 2000: 14% do PIB.