Oferecimento

Após superar R$ 2,41, dólar reduz alta e fecha a R$ 2,39

2 jan 2014 - 17h28

O dólar fechou esta quinta-feira com avanço superior a 1%, após superar no intradia o patamar de R$ 2,40 pela primeira vez em quatro meses, reagindo à menor atuação do Banco Central (BC) no mercado de câmbio na nova fase do programa de intervenções diárias. A moeda americana avançou 1,35%, para R$ 2,3913 na venda, nível mais alto desde 22 de agosto, quando o BC anunciou o programa de intervenções diárias no câmbio. Na máxima do dia, a divisa tocou R$ 2,4105, superando no intradia o nível de R$ 2,40 pela primeira vez desde 3 de setembro.

O movimento foi exacerbado pelo baixo volume de negócios, decorrente das festas de fim de ano. Muitos operadores ainda estavam afastados das mesas de câmbio no primeiro pregão de 2014. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,3 bilhão, abaixo da média diária vista em dezembro, de US$ 1,5 bilhão.

Publicidade

"Nesse novo ajuste do programa de intervenções no câmbio, o BC passa a oferecer menos contratos. Com o mercado com baixo volume, o pessoal aproveitou isso para testar níveis mais altos para o dólar", afirmou o diretor de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

O BC vendeu nesta manhã a oferta total de 4 mil contratos de swap cambial tradicional - equivalentes a venda futura de dólares - com vencimento em 2 de maio de 2014, dando continuidade às atuações diárias. O leilão teve volume financeiro equivalente a US$ 199 milhões.

É a primeira operação nos novos moldes do programa de rações diárias, que reduziu em cerca de dois terços a oferta de hedge cambial. No ano passado, o BC ofertava 10 mil contratos por dia nas ofertas de swap cambial tradicional de segunda a quinta-feira, e realizava também leilões de dólares com compromisso de recompra às sextas-feiras.

"No dia a dia, a gente precisa ver se o BC vai entrar com mais rigor, mas por enquanto, esse cenário é favorável a alguma pressão sobre o dólar", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, ressaltando que o BC vem demonstrando atenção ao patamar de R$ 2,40.

Publicidade

Segundo analistas, a tendência é que o dólar volte a testar esse patamar à medida que o Federal Reserve, banco central norte-americano, dá prosseguimento à redução de seu programa estímulo monetário, reduzindo a oferta de liquidez global.

O FED anunciou no mês passado a redução do programa de compra de títulos em US$ 10 bilhões, para US$ 75 bilhões ao mês, e afirmou que deve continuar realizando cortes "comedidos" nas próximas reuniões. Além disso, a situação fiscal brasileira vem preocupando investidores, que temem a possibilidade de rebaixamento da classificação de risco do Brasil.

"A tendência natural é que o dólar deve ultrapassar R$ 2,40, mas precisamos esperar a reação do BC, que pode voltar com os leilões mais fortes", afirmou o gerente de operações da Confidence, Felipe Pellegrini. Ele ressaltou, entretanto, que a autoridade monetária pode permitir esse movimento caso o ritmo de fortalecimento do dólar não seja exagerado.

Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
TAGS
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações