A Bovespa fechou em queda de 1,21% nesta segunda-feira, interrompendo sequência de três altas, em meio a movimentos de embolso de lucros, enquanto investidores permanecem na expectativa do anúncio oficial da nova equipe econômica do governo federal.
Após fechar a última sexta-feira com o melhor desempenho semanal em mais de cinco anos, o Ibovespa alcançou 55.406 pontos; o volume financeiro do pregão foi de R$ 8,6 bilhões.
O principal índice da bolsa paulista mostrou-se volátil principalmente na primeira etapa do dia, quando chegou a tocar na máxima 57.359 pontos, em alta de 2,3%. Na mínima, à tarde, caiu 1,4%, a 55.406 pontos.
"Não há uma justificativa técnica para o resultado de hoje, além de realização de lucros, amparada na forte alta de sexta-feira (5%) e na postergação da divulgação dos nomes da equipe econômica", disse o gestor Joaquim Kokudai, da Effectus Investimentos.
A notícia de que o ex-secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy será o novo ministro Fazenda repercutiu bem no mercado na sexta-feira e ainda deu suporte aos primeiros negócios nesta sessão, mas sem confirmação houve espaço para realização de lucros.
A previsão é que qualquer anúncio oficial sobre o novo time econômico do segundo mandato de Dilma Rousseff ocorra apenas a partir de quarta-feira. Estrategistas do Bank of America Merrill Lynch avaliam que o principal índice da Bovespa tem espaço para subir mais no curto prazo se for confirmada uma nova equipe econômica com viés mais ortodoxo.
Bancos puxam a queda
Papéis de bancos foram responsáveis pela principal pressão negativa nesta segunda-feira, com Itaú Unibanco e Bradesco, que tem relevante peso na composição do índice, em queda de 2% e 1,6%, respectivamente. Mas também foi determinante a deterioração de Petrobras.
As preferenciais da empresa chegaram a subir 7% durante a sessão, contrabalançando o movimento de venda de outros papéis no índice em boa parte da sessão, mas sucumbiram no final e fechara em queda de 0,63%. Os papéis ordinários recuaram 1,47%.
Vale também ajudou a sustentar o índice no azul em parte do pregão, ainda beneficiada pelas últimas notícias da China, com as preferenciais avançando 0,89% e as ordinárias subindo 0,47%.
'Sobe e desce' da Bovespa
CSN foi um dos destaques do noticiário corporativo com anúncio de acordo com seus sócios da mineradora Namisa para união com a mina Casa de Pedra e seus ativos de logística de mineração. As ações chegaram a subir 6,7%, mas fecharam em alta de apenas 1,2%.
Em nota a clientes, o BTG Pactual disse que a dúvida que fica é com relação aos termos do contrato. "Esperamos que CSN fique com cerca 80% dos ativos combinados, mas se esse percentual for maior, podemos ver o papel pesando - dado que a conta de sinergias operacionais não é tão clara, por enquanto."
O setor siderúrgico esteve em evidência na ponta de alta do Ibovespa, assim como ações do segmento de papel e celulose, em sessão de valorização do dólar frente ao real.
As ações da Eletropaulo, que teve sua recomendação elevada para "compra" pelo BTG Pactual na sexta-feira, com o analista citando que se tornou atrativa a relação risco/retorno, experimentaram mais uma sessão de forte alta.
A BM&FBovespa terminou em baixa de 0,28%. A bolsa planeja comprar até 15% de todas as principais operadoras de bolsas na América Latina, confirmando notícia publicada na véspera na imprensa internacional.
O papel da empresa aérea Gol valorizou-se 0,29%, após a empresa anunciar que encerrou outubro com a maior taxa de ocupação no mercado doméstico já registrada para o mês, de 79,4%. A alta do dólar limitou o desempenho da ação.
As ações da Cemig mostraram alguma indefinição e terminaram em queda de 0,75%, após notícia de que novo governo de Minas Gerais quer reduzir dividendos da empresa.
As ações preferenciais Oi reagiram inicialmente em alta à decisão da Telecom Italia de explorar uma possível fusão entre sua unidade brasileira TIM Participações e a empresa, mas terminaram como a maior baixa do índice, de 8,55%.
Também registaram quedas expressivas no Ibovespa as ações da América Latina Logística (ALL) e da BR Properties, excluídas no rebalanceamento do índice global MSCI para América Latina. As mudanças terão efeito no fechamento do pregão da terça-feira.
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