Apesar das promessas de Donald Trump a Jair Bolsonaro, o governo dos Estados Unidos não deu seu apoio à entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A adesão à entidade é um dos principais objetivos da política externa da gestão Bolsonaro e era dada como justificativa para o alinhamento total entre Brasil e EUA. Segundo a agência Bloomberg, o secretário americano de Estado, Mike Pompeo, declarou apoio apenas às entradas de Argentina e Romênia.
O posicionamento dos Estados Unidos está em uma carta enviada por Pompeo ao secretário-geral da OCDE, José Ángel Gurría, em 28 de agosto. "Os EUA continuam preferindo uma ampliação em ritmo controlado e que leve em conta a necessidade de pressionar por governança", diz o documento, de acordo com a Bloomberg.
Apenas três meses antes, o Itamaraty havia anunciado publicamente a formalização do apoio dos Estados Unidos à adesão do Brasil. O próprio Trump chegou a dizer que sustentaria a candidatura brasileira.
Uma fonte do governo americano ouvida pela Bloomberg explicou que os EUA estão abertos a um eventual convite ao Brasil, mas deram prioridade a Argentina e Romênia, "dados os esforços destes países para implantar reformas econômicas e por seu compromisso com o livre-mercado".
Desde o início do governo Bolsonaro, o Brasil já ofereceu aos EUA acesso à base de lançamento de foguetes em Alcântara (MA) e isentou turistas americanos de visto. Em troca, Trump designou o país como "aliado extra-OTAN" e prometeu apoiar sua candidatura na OCDE.
O pedido de adesão do Brasil foi feito em maio de 2017, ainda no governo Temer, mas a entrada depende da aprovação dos Estados-membros, que incluem as nações mais desenvolvidas do mundo, além de países do leste europeu, do Chile, do México e da Turquia.
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