A Arábia Saudita quer que os preços do petróleo mantenham-se em entre 70 e 80 dólares o barril por enquanto, conforme o maior exportador global da commodity busca um equilíbrio entre maximizar a receita e manter um teto para as cotações até as eleições ao Congresso dos Estados Unidos, disseram fontes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e da indústria.
Após anunciar a intenção de abrir o capital da petroleira Saudi Aramco em 2016, o reino começou a pressionar por preços mais altos do petróleo, em parte para ajudar a aumentar o valor de sua fatia na companhia antes da oferta inicial de ações (IPO na sigla em inglês) originalmente prevista para 2018.
Mas isso mudou em abril, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, colocou pressão pública sobre Riad para que os preços do petróleo fossem mantidos sob controle, em uma tentativa de evitar aumentos nos combustíveis nos EUA antes das eleições em novembro.
Agora, mesmo com o IPO em suspenso, a Arábia Saudita ainda quer manter os preços do petróleo tão altos quanto possível sem que isso ofenda Washington, segundo as fontes. Os sauditas precisam de dinheiro para financiar uma série de projetos de desenvolvimento.
A Opep e a Arábia Saudita não têm uma meta oficial para os preços e muito provavelmente não irão adotar uma de maneira formal.
"Os sauditas querem o petróleo a cerca de 80 dólares e eles não querem que os preços caiam abaixo de 70 dólares. Eles querem administrar o mercado desse jeito", disse uma das fontes à Reuters.
"Eles precisam de dinheiro. Eles têm planos e reformas e agora o IPO foi adiado. Mas eles não querem ninguém mais falando dos preços do petróleo agora. Isso é tudo por causa do Trump", disse a fonte.
Uma meta informal de 70 a 80 dólares gera uma perspectiva de que a Arábia Saudita possa fazer ajustes regulares em sua produção para influenciar os custos do petróleo, à medida que o mercado responde a outros fatores que afetam a oferta e demanda global.