Com impacto de renúncias tributárias por desonerações e menor receitas com a economia fraca, a arrecadação federal somou R$ 105,884 bilhões em abril, com alta real de 0,93% sobre um ano antes, informou a Receita Federal nesta segunda-feira. Embora o resultado seja recorde para abril, a variação sobre igual mês do ano anterior é mais fraca do que nos meses anteriores.
Em março, a arrecadação havia crescido 2,50% sobre um ano antes, enquanto que em fevereiro, a expansão havia sido de 3,44%. Pesquisa Reuters feita com analistas mostrou que a mediana das expectativas era de que a arrecadação somaria R$ 106 bilhões no mês passado.
Segundo a Receita, pesou negativamente em abril a renúncia decorrente de desoneração tributária de R$ 8,9 bilhões, além da queda anual na arrecadação de grande parte dos tributos, como o recuo de 7,42% no Imposto de Importação e de 12,11% no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
No acumulado do primeiro quadrimestre, a arrecadação chegou a R$ 399,310 bilhões, com aumento real de 1,78% em relação a igual período de 2013.
O quadro de baixa expansão no recolhimento de impostos e contribuições levou o governo recentemente a reduzir sua previsão de arrecadação de tributos importantes, a exemplo do Imposto de Renda.
Para compensar essas perdas, o governo incorporou em suas contas neste ano receita extraordinária de R$ 12,5 bilhões com a reabertura do parcelamento de débitos tributários atrasados (Refis da Crise).
O volume fraco de arrecadação deixa ainda mais complicada a tarefa do governo para cumprir a meta de superávit primário neste ano, de R$ 99 bilhões, ou 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas).
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