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Bangladesh: 150 mil ficam desempregados após queda de prédio

Mais de 1.100 trabalhadores morreram quando o prédio foi abaixo em 2013

25 abr 2015 - 15h53
(atualizado às 16h23)
As mortes em Bangladesh vem ensejando clamores urgentes para que varejistas de todo o mundo façam mais para garantir a segurança de seus funcionários em Bangladesh
As mortes em Bangladesh vem ensejando clamores urgentes para que varejistas de todo o mundo façam mais para garantir a segurança de seus funcionários em Bangladesh
Foto: AP

Cerca de 220 fábricas de roupa fecharam em Bangladesh, causando a perda de 150 mil empregos, desde que o desabamento do edifício Rana Plaza explicitou as más condições de trabalho da indústria têxtil do país, desencadeando uma onda de inspeções, de acordo com um relatório publicado neste sábado.

Mais de 1.100 trabalhadores morreram quando o prédio veio abaixo em 2013, ensejando clamores urgentes para que varejistas de todo o mundo façam mais para garantir a segurança de seus funcionários em Bangladesh, segundo maior exportador de roupas do mundo, só atrás da China.

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Desde então, a indústria de US$ 24 bilhões (aproximadamente R$ 71 bilhões) vem sendo submetida a uma avaliação de segurança de grande porte – mais de duas mil das 3.500 fábricas foram inspecionadas pelo governo ou em função de iniciativas dos próprios varejistas.

Sediada na Alemanha, a ONG Transparência Internacional Bangladesh (TIB) declarou que muitas fábricas fecharam por não implantarem as medidas de segurança mais rígidas e condições melhores para seus funcionários ou por causa da queda nas encomendas.

A entidade realizou uma pesquisa entre abril de 2014 e março de 2015 que revelou que o ritmo de fechamento das fábricas foi quase quatro vezes maior do que o do ano anterior, e que a perda de vagas triplicou.

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“As fábricas, especialmente de pequeno e médio porte, foram fechadas durante este período devido ao cancelamento de pedidos dos compradores e da falta de cumprimento (das medidas)”, declarou o diretor-executivo do TIB, Iftekhar Uzzaman, à Reuters. “Teme-se que, se esse processo continuar, até 700 mil trabalhadores podem perder seus empregos.”

O governo rejeitou o resultado do estudo, afirmando que a maioria dos fechamentos ocorreram entre terceirizados.

Iftekhar disse que, embora 95%  das fábricas tenham implementado o novo salário mínimo exigido, houve queixas de pagamentos irregulares e de pressão para que os funcionários aumentem sua produtividade em 60%.

Ele ainda citou a falta de transparência na administração de um fundo de US$ 19 milhões de compradores e organizações internacionais para ajudar com compensações para os funcionários. Quatorze marcas, entre elas JC Penney e Carrefour, que negociavam com fábricas sediadas em Rana Plaza não contribuíram com o fundo, embora a Wal-Mart tenha doado US$ 1 milhão, declarou Iftekhar, citando o relatório da TIB.

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