Áudios mostram Willian Bigode, jogador do Athletico-PR, convencendo o colega Gustavo Scarpa a investir em criptomoedas pela empresa Xland Holding Ltda, investigada por suspeita de golpe milionário. Scarpa e Mayke, que também foi vítima, entraram na Justiça contra Willian.
As gravações são provas da defesa do meio-campista Gustavo Scarpa, que anexou as conversas no processo contra Willian Bigode. O jogador tenta receber de volta os R$ 8 milhões que perdeu no golpe.
Nos áudios, obtidos pelo Jornal da Band, Willian recomenda os serviços de sua empresa de consultoria com a esposa para intermediar investimentos na Xland. Na ocasião, Scarpa pesquisava por outra instituição de investimento.
“Agora eu falando como empresa também, nós temos toda nossa ética né, cara? E a nossa fidelidade, parceria com a Xland, entendeu? Se você tem o desejo, enfim, de fazer alguma coisa, é sempre uma decisão sua. Nós temos a nossa parceria e nós temos a nossa fidelidade, né, como empresa, vamos dizer assim”, diz Willian Bigode.
Outro áudio, que teria sido gravado após Scapa perceber ter sido vítima de um golpe, Willian reforça seu comprometimento com o colega e afirma que ele não ficará no prejuízo. “Que você veio através da nossa empresa, então a gente 'tá' aqui para sempre trazer... para sempre esclarecer todas as coisas, tá bom? Mas fica tranquilo que você vai - dentro dos seus direitos, óbvio -, ter o seu dinheiro de volta; fica tranquilo! Tá bom, Scarpinha?”, acrescenta.
Já no caso do lateral-direito Mayke, ele cobra que Willian Bigode seja responsabilizado por seu prejuízo de cerca de R$ 7 milhões, considerando rendimentos prometidos. Neste mês, Willian teve R$ 1,7 milhão apreendido pela Justiça de São Paulo por conta deste processo.
Defesa de Bigode
O atacante Willian Bigode também afirma ser vítima da situação. Ele se pronunciou nas redes sociais em março dizendo que não pegou dinheiro de ninguém.
"Estou relutando para gravar esse vídeo, mas estou aqui para pontuar e deixar claro algumas coisas. A WLJC é uma empresa de gestão financeira, não é empresa de investimentos, não é corretora. Não sou dono e nem sócio da Xland, muito menos golpista. Até porque não peguei dinheiro de ninguém", começou Willian.
"Eu sou vítima, porque até hoje não recebi meu recurso. E o mais doloroso, constrangedor e triste é ver e ouvir mentiras e calúnias, mas minha equipe de advogados já está tomando todas as medidas cabíveis", completou.
Entenda o caso
Scarpa alega ter sofrido um golpe de R$ 6,3 mi da Xland, pois entrou em um investimento de criptomoedas que tinha retorno previsto em de 3,5% a 5% ao mês. Segundo ele, a empresa foi indicada por Willian Bigode.
Além de Scarpa, o lateral Mayke também teria sido lesado em mais de R$ 4 milhões. Segundo eles, o negócio foi apresentado por Willian, que montou uma consultora financeira, a WLJC Consultoria e Gestão Empresarial.
As duas empresas envolvidas no suposto golpe aos jogadores Scarpa e Mayke não têm autorização nos sistemas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da Associação de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e do Banco Central para investir em criptomoedas.