Metade das autoridades do Federal Reserve agora espera começar a elevar os custos dos empréstimos já no próximo ano e acredita que os juros devam subir para pelo menos 1% até o final de 2023, refletindo a visão crescente de que uma política monetária gradativamente mais rígida será necessária para manter a inflação sob controle.
A expectativa de ritmo mais rápido de aumento de juros em relação às projeções anteriores dos formuladores de política monetária, de junho, ocorre em meio à recuperação econômica mais rápida da história dos Estados Unidos, após breve recessão no ano passado, e a debate robusto no Fed sobre como equilibrar suas metas de pleno emprego e de inflação média de 2%.
O Fed manteve nesta quarta-feira sua taxa básica de juros "overnight" na faixa-alvo atual de 0% a 0,25%, em vigor desde março de 2020, quando a economia dos EUA foi atingida pela pandemia de Covid-19.
As novas projeções econômicas divulgadas com a declaração de política monetária mostraram que agora nove das 18 autoridades do Fed projetam aumento de juros no próximo ano, em comparação com sete em junho.
Todos, exceto um, enxergam necessidade de pelo menos uma elevação de juros até o final de 2023, e nove veem necessidade de juros de 1% a 1,25% até lá.
Até 2024, a previsão mediana de juros é de 1,8% -- ainda abaixo do nível neutro de 2,5% que, segundo estimativas das autoridades, nem estimula nem restringe o crescimento econômico no longo prazo e, portanto, é amplamente acomodatícia a novos ganhos de emprego.
As estimativas vêm apesar da previsão das autoridades de que a inflação permanecerá acima da meta de 2% do Fed até 2024.
A projeção mediana do Fed para o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA é de crescimento de 5,9% neste ano e 3,8% em 2022, ante projeções anteriores, de junho, de 7,0% e 3,3%, respectivamente.
O desemprego deve aumentar para 4,8% este ano e, em seguida, cair para 3,8% em 2022, segundo as estimativas.
Espera-se que o ritmo da alta dos preços acelere para 4,2% este ano, acima do previsto em junho, embora as autoridades esperem arrefecimento para avanço de 2,2% em 2022 e 2,1% até 2024.