O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira que o auxílio emergencial de 600 reais será estendido por dois meses, mas afirmou que os pagamentos poderão ocorrer de forma parcelada para que, na prática, cubram um período maior.
"Isso é o que lei permite. Mas se nós tivermos, inclusive, percepção quanto à possível duração um pouco mais extensa ou não dessa crise, podemos perfeitamente pegar os dois pagamentos de 600, mas fasear de uma forma que você cubra três meses, é mais inteligente", disse ele, em cerimônia no Palácio do Planalto.
"Estávamos em 600, podemos fazer um pagamento de 500 no início do mês, 100 no final do mês com 300 logo depois. Ou seja, fica uma prestação de 500, outra de 400 logo depois e outra no fim do mês de 300. Você acaba cobrindo três meses com 500, 400, 300", acrescentou.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse a jornalistas que os próximos pagamentos ocorrerão nos meses de julho e agosto, mas que o governo ainda baterá o martelo no calendário dos depósitos, que serão feitos em conta, como nas três primeiras parcelas.
"Já temos esse calendário e falta só a validação do presidente da República, que entendo que será feita muito rápido", afirmou Guimarães. Ele esclareceu que quem já recebeu os primeiros pagamentos não precisa se recadastrar no programa.
Mais cedo, ao participar de audiência pública virtual do Congresso, Guedes já havia dito que a prorrogação do auxílio emergencial alcançaria um período de três meses.
"É por decreto. Ou seja, a lei diz que tem que ser dois pagamentos de 600. Você tem que pagar 600 reais num mês e 600 reais no outro. Nós vamos realmente fazer três meses de cobertura, com dois pagamentos num mês", disse ele a parlamentares.
Enquanto o time de Guedes propôs a extensão em três parcelas escalonadas, de 500, 400 e 300 reais, parlamentares pressionavam pela manutenção do auxílio em 600 reais, com alguns deles defendendo a concessão do benefício até o fim deste ano em meio às dificuldades econômicas impostas pela crise com o coronavírus.
Tal qual aprovado pelo Congresso, o auxílio emergencial duraria inicialmente três meses, ao custo de 152,6 bilhões de reais, para atender um universo de cerca de 60 milhões de pessoas, entre vulneráveis e trabalhadores informais.
O texto aprovado pelos parlamentares já previa uma prorrogação, mas, para que isso fosse feito sem a necessidade de enviar um novo projeto de lei ao Legislativo, o governo teria que manter o valor de 600 reais mensais.
Em sua fala nesta tarde, o ministro apontou que, por conta do auxílio, a massa salarial subiu no Brasil a despeito da queda dos salários e do emprego em meio à crise.
Ele disse ainda que dados que começam a surgir apontam que o fundo do poço econômico foi atingido em abril.