Você provavelmente já conhece o conceito de “bean to bar”, surgido na Califórnia nos anos 1990 que significa do grão à barra. O conceito é um sucesso no mundo inteiro, especialmente para quem produz chocolae artesanal, com grãos escolhidos com critério de qualidade.
Uma adaptação desse conceito tem começado a ganhar adeptos no Brasil. Trata-se do “tree to bar”, em que todo processo de produção é feito pelo fabricante, desde o cultivo do cacau até a produção da barra de chocolate. É exatamente o que ocorre com a Luzz Cacau, jovem empresa brasileira surgida em 2020 que tem como base a periferia de São Paulo.
“O nosso chocolate não é apenas um produto disponível na gôndola para compra. Ele é uma história de família repleta de sustentabilidade e consciência de mundo”, diz Josiane Luz, fundadora da empresa.
Ela acompanha de perto todo o processo “tree to bar”, desde o cultivo da terra, plantação do cacau, colheita, secagem da amêndoa, processamento e a produção do chocolate, que é feito com apenas três ingredientes.
Da Bahia para a periferia de São Paulo
Filha de um cacauicultor do Sul da Bahia, Josiane trabalhava como gestora de uma multinacional em São Paulo e sempre ouvia seu ai lamentar que o cacau dava prejuízo. Ciente de que se trata de um mercado enorme, ela enxergou ali uma oportunidade de alavancar o negócio que sustentou a família por anos.
Josiane foi a fundo sobre o beneficiamento das amêndoas, estudou todo o processo e quando já dominava o assunto precisou enfrentar um novo desafio: convencer o pai a mudar o formato do negócio que em que atuava há décadas.
O resultado foi positivo e a Luzz Cacau tem hoje 84 pontos de venda por todo o País, loja online da marca e também de parceiros. Além disso, a empreendedora inovou as embalagens dos chocolates contando um pouco da cultura nordestina.