A balança comercial brasileira registrou, em janeiro de 2014, o pior déficit mensal da série histórica iniciada em 1994. As importações superaram as exportações em US$ 4,057 bilhões, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As compras do Brasil no exterior totalizaram US$ 20 bilhões, contra vendas externas de US$ 16 bilhões. O resultado foi causado por importações recordes e recuo das exportações brasileiras.
A média diária das importações, que corresponde ao volume financeiro vendido por dia útil, ficou em US$ 912,9 milhões, valor recorde para meses de janeiro. Com relação a dezembro de 2012, elas cresceram 5,4%, e com relação a janeiro do ano passado, 0,4%. As exportações, por sua vez, caíram 26,6% na comparação com dezembro e cresceram 0,4% frente a janeiro de 2012.
O aumento dos gastos com importados foi puxado pela elevação de 8,8% frente a janeiro de 2013 nas compras de bens de consumo, segundo o critério da média diária. Nesse grupo, lideraram as compras, as máquinas de uso doméstico, móveis, vestuário, objetos de decoração, produtos alimentícios, automóveis de passageiros, bebidas e tabaco. Também houve aumento de 7,1% na aquisição de bens de capital utilizados na indústria. A compra de matérias-primas e peças intermediárias para agricultura e produtos químicos e farmacêuticos, por sua vez, cresceu 3,2%. No entanto, as compras de combustíveis e lubrificantes, que em geral ficam em alta, caíram 19,1%.
Do lado das exportações, em janeiro cresceram as vendas de produtos básicos, com alta de 5,3% na comparação com igual período de 2013. O comércio de itens de maior valor agregado, como semimanufaturados e manufaturados, no entanto decresceu 5,8% e 2,6%, respectivamente, no mesmo período. Os produtos básicos mais vendidos foram petróleo bruto, farelo de soja, bovinos vivos e minério de ferro. No grupo dos semimanufaturados, a retração ocorreu principalmente por causa de ferro fundido, ouro, alumínio bruto, semimanufaturados de ferro e aço e açúcar bruto. Nos manufaturados, caiu o comércio de açúcar refinado, etanol, automóveis de passageiros, autopeças, suco de laranja congelado e veículos de carga, motores e partes, além de laminados planos.