A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 939 milhões no mês passado, pior resultado para meses de setembro desde 1998, num resultado influenciado pela queda nos embarques de todas as categorias de produtos, levando o saldo acumulado no ano a voltar ao terreno negativo.
O resultado veio pior do que a mediana das projeções de especialistas consultados pela Reuters, de déficit de US$ 650 milhões no mês, com 16 estimativas variando entre um superávit de US$ 600 milhões e déficit de US$ 1,1 bilhão.
No mês passado, as exportações somaram US$ 19,617 bilhões, queda de 10,2% em relação a igual mês do ano passado pela média diária e de 8,5% ante agosto. Ante setembro do ano passado, retrocederam as exportações de básicos (-15,1%), manufaturados (-8,0%) e semimanufaturados (-2,9%).
Entre os itens que apresentaram os maiores recuos nos embarques constam automóveis (-52,6%), veículos de carga (-34%), soja em grão (-30,5%), minério de ferro (-23,8%), petróleo em bruto (-18,5%).
Já as importações subiram 4% ante setembro de 2013, pela média diária, para US$ 20,556 bilhões - valor recorde para meses de setembro. Ante agosto, as importações subiram 1,7%.
Do lado das importações, destaque para o aumento de 49,1% nas compras de combustíveis e lubrificantes, enquanto caíram as compras de bens de consumo (-4,2%), matérias-primas e intermediários (-2,7%) e bens de capital (-2,2%).
Com as operações de setembro, o saldo acumulado da balança comercial voltou a ficar no terreno negativo, com déficit de US$ 690 milhões. No ano, as exportações somam US$ 173,635 bilhões, queda de 1,7%, enquanto as importações somam US$ 174,325 bilhões, recuo de 2,2% pela média diária ante o mesmo período de 2013.
O Banco Central reduziu, na semana passada, para US$ 3 bilhões a previsão de superávit comercial para este ano, ante previsão anterior US$ 5 bilhões da previsão do ano anterior.