Os bancários fazem nesta segunda-feira assembleia para organizar a paralisação da categoria, que deve começar na terça. Foi o que informou o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). A proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na tentativa de evitar uma greve, foi considerada “insuficiente, não somente do ponto de vista econômico, mas também porque ignora completamente as demais reivindicações da pauta de reivindicações da categoria”.
Entre as reivindicações dos bancários, estão reajuste salarial de 12,5%; piso salarial de R$ 2.979,25; 14º salário; participação nos lucros e resultados de três salários mais parcela adicional de R$ 6.247; vales alimentação e refeição, cesta alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 724 ao mês. Outas demadas são: gratificação de caixa, no valor de R$ 1.042,74; gratificação de função equivalente a 70% do salário do cargo efetivo; e vale-cultura de R$ 112,50 para todos trabalhadores.
Há ainda reivindicações contra as “metas abusivas” apresentadas por chefias e de combate ao assédio moral, bem como isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde. Os funcionários dos bancos querem ainda a manutenção dos planos de saúde na aposentadoria, o fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição de dispensas imotivadas, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações.
Na proposta apresentada pela Fenaban no último sábado, os bancos oferecem reajuste de 7,35% para salários e demais verbas salariais (ante os 7% propostos anteriormente). O valor, segundo a entidade, representa aumento real de 0,94% e de 8% para os pisos salariais (reajuste 1,55% acima da inflação).
Insatisfeito com a proposta apresentada pelos bancos, o Comando Nacional dos Bancários decidiu manter o calendário aprovado anteriormente, com greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira. A decisão será tomada em assembleia nesta segunda-feira.
Segundo o presidente da Contraf e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, a proposta dos bancos precisa melhorar, “não somente na parte econômica, mas também porque não traz nada sobre garantia de emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral, segurança bancária e igualdade de oportunidades”.
A Contraf informou que está organizando para quinta-feira atos em frente à sede e às representações do Banco Central em todo o País. De acordo com a Contraf, esses atos serão também em protesto contra as propostas de independência do Banco Central e em defesa do fortalecimento do papel dos bancos públicos. Cordeiro explica que a autonomia do BC, na forma como tem sido defendida por candidatos à Presidência da República e por seus assessores, são “bandeiras dos bancos privados e da Fenaban, que se chocam frontalmente com as posições que os bancários têm defendido historicamente em suas conferências nacionais e nos congressos”.
Para ele, o Banco Central já desfruta de autonomia , e sua “independência formal” significa “entregar a condução da política macroeconômica do País ao mercado financeiro, roubando uma atribuição constitucional dos governos democraticamente eleitos pela população".