O Banco Central aumentou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,9% para 2,3% em 2024. A atualização faz parte do Relatório Trimestral de Inflação, publicada nesta quinta-feira, 27, referente ao mês de julho.
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Para a instituição, a economia brasileira cresceu bem no primeiro trimestre deste ano, com o mercado de trabalho aquecido e maior consumo das famílias. Esses fatores, no entanto, provocam a persistência de núcleos da inflação.
Com isso, o BC reduziu as expectativas pela queda na inflação. A projeção é que o ano de 2024 seja encerrado com 4,0% de inflação, sendo que, antes, a expectativa era que a taxa fosse de 3,5%. Para 2025, a projeção saiu de 3,2% para 3,4%. Os números se afastam da meta da inflação, firmada em 3%.
Duas conjunturas motivaram, principalmente, os aumentos das projeções: a inflação de serviços que, mesmo tendo caído, permanece elevada; e a maior inflação no resto do mundo.
"Uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros", afirma o relatório do Banco Central.
O documento também chega a citar a situação no Rio Grande do Sul como comprometedora dos índices de inflação. Porém, o Banco Central considera que "já há sinais de recuperação" do estado e não vê grandes preocupações.
O relatório, mais uma vez, justificou a decisão da manutenção da Selic em 10,50%, considerada uma forma de manter a política monetária contracionista para acelerar a queda da inflação. "A política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas", diz o texto.
Apesar do aumento de expectativa com relação ao PIB, a projeção de 2,3% está abaixo dos crescimentos observados nos três anos anteriores. Em 2021, se recuperando da pandemia, o PIB brasileiro cresceu 4,8%.