Com a melhora nas projeções para a inflação em 2017 e 2018, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), considera que pode haver mais espaço para redução da taxa básica de juros, a Selic, do que o percebido anteriormente. A avaliação consta da ata da última reunião do Copom, divulgada hoje (6), em Brasília.
Na semana passada, o comitê deu continuidade ao processo de redução da Selic. A taxa foi diminuída em 0,25 ponto percentual, caindo para 13,75% ao ano. Esse foi o segundo corte de 0,25 ponto percentual.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia.
A Selic é o principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom reduz o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
Sinais de fraqueza da economia
Na reunião de novembro, o comitê discutiu a possibilidade de fazer um corte maior na Selic por conta da recessão econômica, mas a decisão final foi esperar até a próxima reunião do Copom, em janeiro de 2017.
"Em particular, destacou-se que o risco papável de que não ocorra uma retomada oportuna da atividade econômica deve permitir intensificação do ritmo de flexibilização monetária", diz o documento.
O comitê diz que os indicadores referentes a agosto deste ano mostram que a economia seguiu indicando sinais de fraqueza.
O Copom reconheceu esforços para aprovação e implementação de "ajustes necessários" na economia, notadamente as reformas fiscais.
"Os membros do comitê enfatizaram que esses esforços são fundamentais para a estabilização e o desenvolvimento da economia brasileira. O comitê deve acompanhar atentamente esses esforços, uma vez que têm reflexos importantes no processo de desinflação", diz a ata.