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Banco Central: efeitos da Selic levam tempo para aparecer

27 mar 2014 - 10h09

Os efeitos dos aumentos da taxa básica de juros, a Selic, vão se propagar nos próximos trimestres, segundo o Relatório de Inflação, divulgado pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira. O BC reforçou que a transmissão dos efeitos de alta da Selic se acumulam e levam tempo para aparecer. "Neste processo, diversos canais (de transmissão da alta da Selic) – por exemplo, da demanda, do crédito, do câmbio, e das expectativas – estão envolvidos, e operam não necessariamente com a mesma intensidade e de forma simultânea", diz o relatório.

O BC também destacou que antes de alcançar os preços, as ações de aumento da Selic interferem nas decisões de consumo e de investimento de famílias e empresas. Mas, em qualquer circunstância, há certo grau de incerteza sobre a intensidade com que a inflação reage à alta da Selic, segundo o BC. E essa incerteza tem aumentado no atual momento de oscilações dos mercados financeiros internacionais.

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No relatório, o BC alerta que taxas de inflação elevadas geram distorções, aumentando riscos e reduzindo investimentos. "Essas distorções se manifestam, por exemplo, no encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias, empresas e governos, bem como na deterioração da confiança de empresários", diz o relatório.

O BC enfatiza, também, que "taxas de inflação elevadas subtraem o poder de compra de salários e de transferências, com repercussões negativas sobre a confiança e o consumo das famílias". Além disso, diz o BC, a inflação elevada reduz o potencial de crescimento da economia, bem como o de geração de empregos e de renda.

No relatório, o BC projeta inflação em 6,1%, este ano, acima do centro da meta de 4,5%. O limite superior da meta é 6,5%. Um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação, é a Selic. Essa taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia.

Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.

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O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Atualmente, a Selic está em um ciclo de alta. A última elevação ocorreu em fevereiro, quando ficou em 10,75% ao ano. A próxima reunião do Copom está marcada para os próximos dias 1º e 2 de abril.

Agência Brasil
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