Com a enorme expansão dos bancos digitais no Brasil, cada vez mais surgem instituições de nichos bem específicos. É o caso do Contbank, que é dedicado a micro, pequenas e médias empresas, mas atua sempre conectado ao ecossistema de contadores e escritórios de contabilidade.
Atualmente, o Contbank possui 10 mil clientes ativos. Já são 1.100 agentes de negócios, que nada mais são do que os próprios profissionais da contabilidade.
"Quando a gente buscou esse modelo dos contadores, de certa forma teve uma inspiração nesse modelo que a XP e o BTG estão atualmente, que é ter agentes autônomos, agentes de negócio", conta Paulo Castro, fundador e CEO do Contbank, em entrevista exclusiva a Homework. "O contador é nosso agente de negócios e recebe comissões baseadas no nosso relacionamento com seus clientes. O Contbank desenvolve a relação com as empresas através desses agentes, e criamos uma inteligência sobre este mercado. É uma abordagem diferente."
Como trabalha o agente de negócios
Quando o contador traz seu cliente para o Contbank, o próprio contador está oferecendo um diferencial para a pequena empresa com a qual trabalha.
"Eu costumo dizer que o contador é como o médico de família da micro e pequena empresa. Ele leva a empresa da maternidade até o encerramento. Em geral, ele até mesmo abre a empresa, ele está envolvido nesses movimentos importantes do empreendimento", diz Paulo.
"Se a empresa quer admitir um novo sócio, ela fala com o contador antes de falar com o advogado. Ela sabe que o contador vai resolver e vai custar mais barato. É a mesma coisa se vai abrir uma filial ou fazer um grande investimento: o contador é sempre o primeiro a ser procurado. Portanto, quando a gente quer falar com o pequeno empreendedor, vai direto no contador."
O resultado é muito positivo. Com parceria do Sebrae e crescimento de 299% entre 2022 e 2023, a fintech já gerou mais de R$ 35 milhões em crédito, com 0,02% de inadimplência.
Para concretizar esse relacionamento, o banco digital aposta alto na tecnologia, área onde Paulo fez sua carreira, chegando a CEO do portal Terra antes de fundar o Contbank. "A gente desenvolveu tecnologia para importar as informações, tratá-las de forma anônima e sempre seguindo as regras da LGPD. Com isso adequamos os produtos financeiros ao perfil da empresa", completa o executivo.
Crédito mais acessível para a PME
A estrategia do Contbank é facilitar o acesso das empresas menores ao mercado financeiro. "A 'economia real' é aquela representada pela micro, pequena e média empresa, que representam quase 1/3 do PIB brasileiro e empregam metade da população economicamente ativa. Mas muitas vezes a pequena empresa está distante do mercado financeiro. Ela está na fila do banco, tem dificuldade em conseguir crédito", diz Paulo.
E, afinal, qual a grande vantagem da pequena empresa – que tem o mesmo contador há muitos anos – para migrar para a plataforma do Contbank?
"Um diferencial importante é que temos os dados de boa parte dessas empresas e usamos a Inteligência Artificial para criar comparabilidade, criar um score de crédito para elas, para que não paguem juros tão altos".
As ferramentas de automatização do Contbank facilitam uma maior precisão na análise imediata de crédito.
Além disso, o próprio escritório contábil se fortalece, pois seus respectivos clientes ficam com uma saúde financeira melhor. "A principal razão de perda de clientes por parte dos escritórios contábeis é a empresa que fecha. E uma das razões mais importantes para a empresa fechar é a dificuldade de lidar com os aspectos financeiros, inclusive o acesso ao mercado financeiro. Quando o cliente dele consegue uma linha de crédito no Contbank que não conseguiria em um banco tradicional, todos saem ganhando".
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.